
Irmãos caríssimos, ‘’eleitos segundo a
presciência de Deus Pai para obedecer a Jesus Cristo e participar da bênção da
aspersão do seu sangue, graça e paz vos sejam concedidas abundantemente!’’ Com
esta exortação do apóstolo São Pedro principiamos nossa reflexão dominical em
que a Igreja celebra, na via á Páscoa eterna, o vigésimo segundo domingo do
Tempo Ordinário. À priori detenhamo-nos em tal indagação: O que é superior? O
homem ou a lei?Ou, então, acaso não deve a lei está disposta a servir ao
antrophos, para este, sempre, encontrar a vida? A disposição necessária para a
sua existência enquanto, aqui, dentre muitos, ele é um transeunte? A hodierna
Liturgia dos Mistérios do Corpo e Sangue do Senhor nos leva a pensar acerca
dessas interrogações.
À primeira leitura, extraída do Livro do
Deuteronômio, ouvimos Moisés, falando para Israel: ‘’Ouve os decretos que eu vos ensino a
cumprir, para que, fazendo-o, vivais e entreis na posse da terra prometida pelo
Senhor Deus de vossos pais. Nada acrescenteis, nada tireis, á palavra que vos
digo, mas guardai os mandamentos do Senhor vosso Deus que vos prescrevo.’’ Eis
diletíssimos! Eis aqui o coração da fé dos nossos irmãos judeus. Consiste em
guardar o Decálogo, observá-lo, aprazendo-se em fazer a vontade de Deus. Constantemente
na Escritura, faz memória dos feitos, dos poderios que Adonai fizera pelo povo,
como diz o salmista, ‘’que o Senhor escolheu por sua herança.’’
O credo do judeu explica a predileção de
Deus por este pequenino povo e, também, para que o mesmo sempre corresponda
fidedignamente. ‘’Ouve, ó Israel! O Senhor teu Deus é o único Senhor! Amá-lo-á
de todo o coração, com todas as tuas forças, com todo o teu entendimento!`` E
isto perdurara por todas as gerações. O Deus mesmíssimo que chamara o
estrangeiro Abrão a ser patriarca duma posteridade, que escolheu para si Jacó e
Isaac, que libertara com braço poderoso a sua raça eleita da escravidão egípcia.
Escutai e sabei: este é o nosso Deus e que, como registra a Escritura, ‘’é um
Deus ciumento!``
Os mandamentos, a Lei, sancionada em o
Sinai fora estabelecida para que o povo
da aliança antiga encontrasse sempre a vida! Por isso mesmo canta o Livro dos
Salmos: ‘’A Lei do Senhor Deus é perfeita, conforto para alma. Suas palavras
são mais doces que o mel, que o mel que sai dos favos das abelhas!’’ Mas,
sabemos nós, o quanto Israel deixou-se infectar pela idolatria, cultuando aos
falsos deuses, ao bezerro de ouro, posto no Templo ‘’um deus tão ínfimo!’’ Diz
a Palavra de Deus, quanto àqueles: ‘’têm olhos, mas não podem ver, têm ouvidos,
mas não podem ouvir, têm nariz, mas não podem cheirar! Trocaram Deus por um
bezerro que come feno!’’ Eis a terribilíssima desgraça do Povo de Deus! Não
cumprir com os mandamentos. Cair na Idolatria! A observância dos mandamentos
fora querida pelo Senhor, não obstante, a infidelidade, pois doutra maneira,
estariam imersos na ignorância e no pecado. A Lei de Deus consiste na prática
dos mandamentos, que, por sua vez, pautam-se no entranhado Amor.
À
segunda leitura extraída da Epístola de São Tiago é crucial para a compreensão
da praxe da fé cristã. A vivência da caridade. ‘’Não somos a religião do livro,
mas do Verbo encarnado!’’ Assim, em séculos remotos, exclamara o abade e
teólogo São Bernardo de Claraval. O apóstolo exorta à comunidade, mediante à fé
dispensada, mostrá-la através das atitudes cristãs, as ditas práticas de
misericórdia. ‘’A religião pura e sem mancha diante de Deus Pai, é esta:
assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações e não se deixar contaminar
pelo mundo."
O nosso testemunho na prática do bem, estar, concomitantemente
intrínseco ao seguimento a Cristo. Diz-nos o Apóstolo dos gentios, o magno
Paulo de Tarso, ‘’se não tivesse a caridade, seria como bronze que soa ou como
címbalo que tine.’’ E, recordemos de Nosso Senho,r quando aos doze dissera: ‘’Nisto
saberão que vós sois os meus discípulos: se amardes uns aos outros!’’ A
caridade cristã não é um ato filantrópico, como se aprecia nas ONGs, em que o
intento das doações é uma ato voluntário. Nunca, e jamais será, no
Cristianismo. Neste a ‘’cáritas’’ é uma condição à vivência do Evangelho.’’Vês
a caridade? Vês a Trindade!’’ dizia o Bispo de Hipona, Santo Agostinho.
No Evangelho, Jesus censura um
comportamento tido como legalismo por parte da ideologia dos fariseus. Esta
facção transformara toda a Lei de Deus num fardo. Os fariseus e os mestres a
Lei interpretavam a Lei, como a Lei, e que, o homem, a ela, dever-se-ia
condicionar a sua vida. Eram muitos os preceitos a serem cumpridos, mas atos
vazios! Jesus é a máxima da Lei. Ele mesmo dissera: ‘’Eu não vim revigorar a Lei ou os Profetas. Não vim
revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento.’’ Cristo, plenitude da Revelação do
Pai, afirma, com a sua encarnação, morte e ressurreição, que o mandamento estabelecido
desde sempre aos nossos pais é a prática do amor. Entende-lo consoante os atos
benfazejos. Nosso Senhor é direto com a hipocrisia daquelas facções. ‘’De nada
adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos
humanos.’’ Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos
homens.’’
O cristão deve prezar pelas incontáveis atitudes, não porém, para
receber os elogios dos homens, porque estes passam e, doutra maneira, estão
sujeitos a pseudos-intentos, antes, e sobretudo, a nossa praxe cristã é ter um
coração agradável a Deus a práticas que são como que passos para o céu. ‘’E o
teu Pai que ver o que oculto estar dar-te-á a recompensa.’’ Jesus é incisivo
também em mostrar às claras, a turba, que o seguia, que a não vivência do amor
tanto para si, quanto para o próximo é o que deveras torna o homem impuro.
Quando, aí, de fato, somos infieis aos santos preceitos. Glória ao Pai, ao
Filho e o Espírito Santo pelos séculos dos séculos. Amém!
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