quarta-feira, 8 de junho de 2011

Partido islâmico quer proibir a Bíblia no Paquistão

O partido islâmico radical Jamiat Ulema-e-Islã entrou com um recurso no Tribunal Supremo do Paquistão e lançou uma campanha de sensibilização pedindo que se proíba a circulação da Bíblia, definida por eles, como “livro pornográfico” e “blasfemo”. É um novo ataque contra a comunidade cristã no Paquistão, que está com medo por causa dos ataques e ameaças sofridos depois da morte de Bin Laden, amedrontada pela lei da blasfêmia, que pune com a pena de morte aqueles que insultam o Alcorão ou o Profeta Maomé.

O grupo radical Jamiat Ulema-e-Islam, que tem sede geral em Karachi, lançou a campanha durante um encontro público. Segundo o líder do grupo, Abdul Rauf Farooqi, alguns trechos da Bíblia descrevem como “imorais” alguns personagens considerados profetas pelos muçulmanos.

“Esta ação pode alimentar o ódio religioso contra os cristãos. É uma ameaça à convivência pacífica, um ataque ao coração de nossa fé”, disse, desconcertado, Padre Saleh Diego, que preside a “Comissão Justiça e Paz” na arquidiocese de Karachi. “Como cristãos, estamos já muito fragilizados e nos sentimos submetidos a pressões pela iníqua lei da blasfêmia. Estes grupos radicais querem nos cancelar completamente. Certo, são apenas grupos minoritários e auspiciamos que líderes muçulmanos moderados levantem suas vozes para deter esta campanha de ódio”, destacou.

“Nossa resposta, como cristãos no Paquistão, não pode ser outra do que reiterar a urgência do diálogo e do respeito de todos os símbolos religiosos e livros sagrados, de todas as religiões. Esperamos que, em nível internacional, possa surgir uma resposta mais forte e firme, que nos apóie”, concluiu Padre Diego, pedindo uma mobilização dos cristãos e das instituições internacionais para deter a campanha contra a Bíblia.






Fonte: noticias.cancaonova.com

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