Papa recebeu participantes do Congresso Internacional sobre «Células estaminais adultas: Ciência e o futuro do homem e da cultura»
Cidade do Vaticano (Ecclesia) – Bento XVI reforçou o apoio da Igreja Católica à investigação em células estaminais não embrionárias (adultas), que existem no sangue do cordão umbilical ou na medula óssea, para tratamento de doenças.
Numa audiência concedida aos participantes no Congresso Internacional sobre “Células estaminais adultas: Ciência e o futuro do homem e da cultura”, que decorreu entre quarta e sexta-feira no Vaticano, o Papa realçou que “a melhoria prevista neste tipo de terapias pode trazer uma nova esperança para doentes e respetivas famílias”.
“Por isso, a Igreja Católica encoraja todos aqueles que estão empenhados nesta pesquisa, desde que seja feita para bem da pessoa humana e da sociedade”, apontou, em declarações publicadas pelo serviço de informação da Santa Sé.
O Congresso, que juntou cerca de 350 especialistas de diversas áreas, da ciência à religião, foi organizado pelo departamento ‘Ciência e Fé’ do Conselho Pontifício da Cultura.
Teve como principal objetivo “potenciar a investigação e dar a conhecer ao grande público as terapias que utilizam as células estaminais adultas, que não implicam a destruição de embriões humanos”.
Para Bento XVI, desde que a ciência “respeite devidamente” todas as dimensões do Homem, incluindo a sua “alma imortal”, pode dar “um contributo verdadeiramente notável para a promoção e salvaguarda da dignidade humana”.
O trabalho com células estaminais adultas tem a vantagem de, ao contrário daquelas que são retiradas dos embriões, não interferir na vida desde a sua concepção.
“Quando o fim em vista é tão desejável como a descoberta da cura para doenças degenerativas, cientistas e autoridades sentem-se muitas vezes tentadas a pôr as considerações éticas de lado e a avançar com qualquer pesquisa que ofereça uma hipótese de sucesso”, disse o Papa.
Acrescentou ainda que “apesar dos benefícios que daí possam surgir, nada pode justificar a destruição de uma vida humana”.
Em outubro, o Tribunal Europeu de Justiça proibiu que sejam patenteados processos que envolvam a destruição de células estaminais de embriões humanos, em caso de investigações científicas.
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