Por Marco Tosatti, La Stampa | Tradução: Fratres in Unum.com
Vaticano está atônito, e até mesmo embaraçado; pois na viagem a África, que acaba de terminar, segundo muitos fiéis sem contato entre si, teriam ocorrido no céu fenômenos semelhantes aos que foram verificados durante as aparições mais famosas do século passado, como Fátima e Tre Fontane. Um parente de um bispo teria produzido uma documentação fotográfica ou vídeo do evento, que teria sido entregue ao Secretário de Estado, o Cardeal Tarcisio Bertone.
No dia seguinte à missa celebrada por Bento XVI no Estádio de l’Amitié, em Cotonou, até os bispos de Benim se questionaram sobre o extraordinário fenômeno que permitiu, às 8 horas da manhã, aos 80.000 fiéis presentes, ver juntos a lua e o sol, um evento raríssimo na África naquela latitude, o que causou grande assombro na multidão, como disse aos jornalistas o diretor da sala de imprensa do Vaticano, padre Federico Lombardi. Ainda mais porque não poucos fiéis disseram ter visto também o sol se mover e brilhar sem ofuscar, de modo a poder olhá-lo por um bom tempo sem problemas (mesmo os que baixavam os olhos e os levantavam não tinham nenhum incômodo visual).
Um fenômeno interpretado pelos africanos como um prodígio devido à presença do Papa, mas que também perturbou a mídia e muitos bispos, até porque, pelo que soubemos, não foi um fato isolado, mas se repetiu outras vezes ao longo da visita. Dom René-Marie Ehuzu, Bispo de Porto Novo e Presidente da Comissão Pastoral Social da Conferência Episcopal de Benim, também responsável pela organização da visita papal no país, declarou à AGI que “na tarde de sábado, quando o Papa, a caminho da paróquia de Santa Rita, na periferia de Cotonou, parou para saudar e abençoar os doentes do hospital localizado nas proximidades, se verificou um fenômeno semelhante, tanto que os hóspedes do hospital quiseram ir para a capela para uma oração de agradecimento”. Por todos os três dias da visita — afirmou o prelado — há testemunho de eventos similares e fotos tiradas com os celulares de testemunhas, em alguns casos sacerdotes. Pessoalmente não posso dar uma explicação, mas excluo que se trate de um fenômeno de histeria coletiva”.
“A lua está agora muito perto do sol (uma pequena crescente visível antes da alvorada), por isso é impossível vê-la junto com o sol, isto é, quando ele está alto no céu. Se era visível, é evidente que a claridade do sol foi temperada, precisamente como dizem as testemunhas. Há uma clara analogia com os muitos milagres solares ligados às aparições de Nossa Senhora”, comenta por sua vez um perito no blog “Amici di Papa Ratzinger” e, na discussão que se abriu, os fiéis italianos concordam com os seus companheiros na África, outros posts afirmando, de fato, que se tratou de um milagre: “O Papa trouxe a luz de Cristo”. “Sem a proteção e a força que vem de Deus, como ele poderia superar estes seis anos e meio de ataques ferozes?”, se pergunta Laura; e um anônimo comenta: “Jesus nos diz que o Reino de Deus está entre nós, e não o diz apenas em palavras, mas também através de sinais e prodígios. Deus, com esta Sua intervenção divina, nos chama à esperança à conversão”.
Como se sabe, o “milagre do sol” ocorreu em Fátima na seqüência das aparições marianas e mais vezes em Roma, em Tre Fontane. Na Cova da Iria, onde rezavam os pastorinhos, em 13 de outubro de 1917 – relatam as crônicas — o sol apareceu como uma gigantesca roda iridescente, que girava e irradiava cores múltiplas. Ele parou três vezes e então parecia se destacar do firmamento para se precipitar sobre a terra. Um fenômeno extraordinário, semelhante ao que ocorreu em Portugal, foi visto por milhares de fiéis em Tre Fontane em 12 de abril de 1947 e se repetiu em 1968 e 1980 (enquanto em Fátima uma réplica teria ocorrido no último 13 de maio). Em Tre Fontane, o disco solar inicialmente se comportou como em Fátima (exceto o fenômeno de parecer prestes a cair sobre a terra), mas em um segundo momento tomou a cor de uma hóstia, como se fosse coberto por uma gigantesca hóstia. Uma nota privada de Pio XII publicada recentemente pelo vaticanista Andrea Tornielli testemunha um episódio análogo nos jardins do Vaticano, que, em 1950, foi interpretado pelo Papa Pacelli em seu coração como uma confirmação da validade do dogma da Assunção de Maria, que estava prestes a proclamar.
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