sábado, 5 de janeiro de 2013

**Solenidade da Epifania do Senhor!**

                               

           Caros irmãos, ainda imersos às alegrias do singular evento da Encarnação do Verbo sempiterno, Nosso Senhor Jesus Cristo, voltamo-nos para o presépio e eis, que hoje, encontramos a Sagrada Família e, dentre muitos, os sábios magos oriundos do Oriente; e da boca da Igreja escutamos, como é bem expressa a Antífona da Entrada da Missa de hoje: ‘‘Eis que veio o Senhor dos senhores, em suas mãos, o poder e a realeza.’’  Celebramos hoje a Solenidade da Epifania do Senhor. Do grego, ‘’Θεοφάνεια’’, significa etimologicamente, ‘’manifestação, aparição, revelação.’’ Sabido disto, é, pois, a Manifestação do Senhor a todo o mundo. Aquele lá das alturas, toma a nossa forma humana, a nossa visibilidade, ou seja, é próximo de nós, o Divino companheiro, Emanuel, Deus conosco!
      Este arcano desígnio de salvação é expresso em todos os textos que a Liturgia da Palavra nos apresenta. Vejamos as palavras de Isaías profeta: ‘’Levanta-te, acende as luzes Jerusalém, porque chegou a tua luz apareceu sobre ti a glória do Senhor. Eis que está a terra envolvida em trevas, e nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor, e sua glória já se manifesta sobre ti.’’ À priori é a imagem que encoraja o Povo de Israel à volta da peleja e severa servidão na Babilônia. Longe do Templo, imersos na idolatria, destarte abandonando-o o Deus Bendito dos seus pais.’’  Continua o Profeta: ‘’ Os povos caminham à tua luz e os reis ao clarão de tua aurora... Ao vê-los, ficarás radiante, com o coração vibrando e batendo forte, pois com eles virão as riquezas de além-mar e mostrarão o poderio de suas nações; será uma inundação de camelos e dromedários de Madiã e Efa a te cobrir; virão todos os de Sabá trazendo ouro e incenso e proclamando a glória do Senhor.’’ Esta exortação fora dirigida ao povo da primitiva aliança, pois voltavam para a Cidade de Sião, a Jerusalém santa, para adorar o Deus Santo que bem fez todas as coisas!
   Nestes tempos, que são os últimos, tomamos o Antigo Testamento, e nele, observamos as adversas epifanias feitas pelo senhor na paulatina história da salvação. As alianças sancionadas, a aparição a Moisés na visão da sarça, faz-nos lembrar o ensinamento de Santo Agostinho, contido no Catecismo da Igreja Católica, nº 2055- ‘’ Novum in Vetere latet in Novo Vetus patet’’- o Novo Testamento está escondido no Antigo, ao passo que o Antigo é desvelado no Novo. Como somos cônscios, iluminados pela Palavra de Deus e pelo Magistério Apostólico, a plenitude da Revelação é o Verbo encarnado, esta é, por antonomásia a epifania de Deus entre povos, como canta hoje o Salmo setenta e um: ‘’As nações  de toda terra hão de adorar-vos, ó Senhor. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo.’’ Pois bem: Quem é Jerusalém? É  a Igreja, os batizados, que iluminados pelo fulgor da Luz, tornam-se reflexos seus para o mundo descrente, como disse o mesmíssimo profeta, NA Solene Noite de Natal: ‘’O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu. Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho.’’
  A hodierna Solenidade revela-nos que somente Deus é o Senhor dos senhores. Esta verdade é-nos colocada pelo Evangelho quando da atitude dos magos: ‘’ Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram.’’ A adoração é uma  atitude de reconhecimento do senhorio de Cristo diante daquilo que somos. Outro dado importante é o que encerram-se em seus cofres: o ouro, o incenso e a mirra. Quais os sinais desta dádiva? São símbolos que anunciam a verdade do Infante-Deus. O ouro: Ele é Rei do Universo. O incenso: Ele é Deus; o soberano ‘’que supera todos os deuses, pois um nada são os deuses dos pagãos. Bem diz o salmista:’’ Têm olhos, mas não podem ver’, têm ouvidos mas não podem ouvir, têm nariz mas não podem cheirar, têm boca, mas não podem falar” e uma especial atenção à mirra. Esta é sinal da Paixão, do fel, do vinagre dado, da glória do martírio cruento, que aguarda o Divino Infante.
    À segunda leitura, da Carta de São Paulo aos Efésios, (cf. Ef 3, 2sg.), diz o Apóstolo:  ‘’Este mistério, Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas, mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus apóstolos e profetas: os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho.’’  O referido mistério é a Revelação plena de Deus em o seu Unigênito, sim, Aquele mesmíssimo, que, como diz São João, ‘’estava na intimidade do Pai’’,  manifesta-se para salvar o homem da imundície do pecado, por isso mesmo diz São Paulo que ‘os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho.’
     Celebrar a Epifania do Senhor é reconhecer no Filho de Deus, a ‘imagem do Deus invisível’’, que, tendo se  manifestado a todos os povos para salvá-los, já levou, a nossa humanidade redimida, quando ascendeu ao mais alto dos céus! Vamos pois e o Adoremos, Aquele que é, foi e será!
    

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