terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A fé guardada, transmitida e celebrada na Liturgia.





Da Constituição ''Sacrossanctum Concillium'' sobre a Sagrada Liturgia, do Concílio Vaticano II (Séc.XX)

''A Igreja, seguindo a tradição dos apóstolos cuja origem remonta ao próprio dia da ressurreição, celebra o mistério pascal cada oito dias, que por isto chama dia do Senhor ou domingo. Neste dia devem os fiéis reunir-se para escutar a palavra de Deus e participar da eucaristia, a fim de se lembrarem da paixão, ressurreição e glória do Senhor Jesus (...). Assim é o domingo a festa primordial e, como tal, seja apresentado e inculcado à piedade dos fiéis para que se lhes torne dia de alegria e de descanso dos trabalhos. Todas as outras celebrações, a não ser que sejam realmente de máxima importância, não passem à sua frente porque é o fundamento e o cerne de todo o ano litúrgico.''



Uma particular diligência para duas grandes expressões desta Sagrada Constituição:
* A primeira: ''A Igreja seguindo a tradição dos apóstolos cuja origem remonta ao próprio dia do Senhor.'' 



   Vejamos como a fé que recebemos é importante. Ela remonta dos doze colunas. Isto é a Tradição Apostólica. Cremos por uma ''transmissão'' de uma geração para outra geração. Nós, cristãos do século XXI, recebemos um legado de fé por meio do perene testemunho desde Pedro a João que foram ao túmulo, no dia terceiro, como Maria de Magdala, que, segundo o Evangelho diz: ''Eu vi o Senhor!'' Desde das primeiras comunidades cristãs que firmavam-se no alicerce da fé cristã e apostólica: ''O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!'' Com esta verdades de fé, vemos, o quanto é genuíno e ininterrupto aquilo que cremos e celebramos nos ritos da Sagrada Liturgia dominical.

* A segunda: ‘’ Neste dia devem os fiéis reunir-se para escutar a palavra de Deus e participar da eucaristia, a fim de se lembrarem da paixão, ressurreição e glória do Senhor Jesus.’’

  Esta é a assertiva pela qual nos reunimos todos os domingos. E não é uma reunião para pôr pautas, comentários. É uma reunião de uma ‘’’Assembleia de Eleitos’’ cujas vestes ‘’foram alvejadas no sangue do Cordeiro. É uma Eclésia que se reúne, para, conforme diz a Constituição, ‘’lembrar a paixão, ressurreição e glória do Senhor Jesus.’’ Lembrança para o crente judeu e para nós cristãos é sinônimo de atualização, memória, ‘’anamneses’’. Então, nós, os batizados, somente estes, reúnem-se em solene assembléia para celebrar a Eucaristia. Esta é a única razão pela qual participamos da Ceia Sacrifical do Senhor. E vejamos: isto se dá pela transmissão da reta e sã doutrina oriunda dos apóstolos, dos seus colaboradores.

    Encontra-se nas atas de São Justino, Bispo e Mártir, no século segundo, do início da crua perseguição aos seguidores do ‘’Caminho’’, o Cristianismo: ‘’ “Reunimo-nos todos no dia do Sol [o primeiro dia da semana era denominado de dia de Sol no Império Romano até o século IV], não só porque foi o primeiro dia em que Deus, transformando as trevas e a matéria, criou o mundo, mas também porque neste mesmo dia Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dos mortos. Crucificaram-no na véspera do dia de Saturno; e no dia seguinte a este, ou seja, no dia do Sol, aparecendo aos seus apóstolos e discípulos, ensinou-lhes tudo o que também nós vos propusemos como digno de consideração” (Justino I – Apologia Cap. 66-67 : PG 6,427 - 431). 
  
  Esta é a fé da Igreja e nós ora pela Batismo ; ora pela transmissão participamos. A fé de sempre, guardada pelo precioso depósito confiado a Pedro, aos seus sucessores e aos Colégio Universal dos Bispos.

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