sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Sigilo Sacramental

Vivenciando a crise do  mundo atual, causada pelo hedonismo, capitalismo e por tantos outros segmentos, que não  vem  poupando a ninguém, somente vem conseguindo derrubar, reduzir e ainda continua a reduzir a piedade nos individuos. De forma que se pode dizer: Salvai-nos, Senhor, pois desaparecem os homens piedosos O foco deste artigo é o sigilo sacramental. Um tema muito esquecido entre os cristãos.

        O sigilo sacramental é inviolável!
Já dizia Santo Antônio de Pádua, "que é próprio do coração verdadeiramente contrito humilhar-se em tudo e reputar-se cão morto e pulga viva. Portanto o penitente por tal espírito de arrependimento é conduzido ao deserto da confissão".

E o santo continua dizendo: "Diz-se deserto por três razões. Chama-se deserto á terra inabitável, abundante em animais, horrível pelo medo. De fato, tal era, à letra, o deserto, onde esteve Jesus Cristo, quarenta dias e quarenta noites. Assim a Confissão deve ser inabitável, porque privada, secreta, escondida do conhecimento de todo o homem e só confiada, sob inviolável sigilo, ao tesouro da memória do confessor".

O que dizer dos confessores que quebram o sigilo sacramental? Qual é a punição que a Igreja Católica, pronuncia sobre eles?
A Igreja Católica, puni os detratores da lei, com as chamadas penas eclesiásticas. O código de direito canônico de 1917, nos ensina que: "A Igreja tem direito conatural e próprio, independentemente de toda autoridade humana, a castigar os delinqüentes, súditos seus, com penas tanto espirituais como também temporais".

E continua: "para que, os que tenham sido corrigidos, se emendam ou se estes não quiserem se voltar para si mesmos, para que o castigo sirva de exemplo salutar e se apartem dos vícios".

O Direito Canônico nos diz que: "Pena Eclesiástica é a privação de algum bem, imposto pela autoridade legítima para correção dos delinqüentes e para castigo do delito"

E sobre o sigilo sacramental nos diz: "O Sigilo sacramental é inviolável; Guarde-se, portanto, muito bem o confessor de descobrir, no mais mínimo, ao pecador, nem palavra, nem por qualquer sinal, nem de qualquer outra forma e por nenhuma causa"..

"Eles também estão obrigados a observar sigilo sacramental reservatório e todos aqueles que de uma forma ou de outra tivessem chegado a notícia da confissão".

Como foi dito, o sigilo é inviolável, não se revela nem mesmo o mais mínimo, nem por palavras, e por nada, por nenhuma causa.

E também: "É absolutamente proibido ao confessor fazer uso, a cargo do penitente, do conhecimento adquirido pela confissão, mesmo que não haja perigo algum de revelação".

"Nem os superiores atualmente ou confessores que depois foram nomeados superiores podem de maneira alguma fazer uso do governo exterior, dos conhecimentos dos pecados que tenham adquirido na confissão".

"O confessor que tem a audácia de romper diretamente o sigilo sacramental está excomungado com excomunhão reservada de um modo muito especial à Sé Apostólica, e que fizer indiretamente, está sujeita às penas envolvidas no cânon 2368, § 1".

"Quem tem a temeridade de quebrar o que se manda no cânon 889 § 2, deve ser punido de acordo com a gravidade da culpa, com uma pena saudável, que pode ser até a excomunhão".

Antes mesmo do Código de Direito Canônico, o Doutor Evangélico, já havia dito:

"Verdadeiramente são filhos do diabo, reprovados pelo Deus vivo e verdadeiro, expulsos pela Igreja triunfante, excomungados pela militante, e devem ser depostos do ofício e benefício e exposto à infâmia pública aqueles que revelam ou manifestam a confissão, não digo com palavra, que é pior do que todo o homicídio, mas por um sinal ou por qualquer outro modo oculto ou manifesto, por risota ou com aplauso. Digo francamente que todo aquele que descobrir a confissão a outrem peca mais gravemente que o traidor Judas, que vendeu aos judeus o Filho de Deus Jesus Cristo.O Senhor diz a Isaías:'O meu segredo é para mim, o meu segredo é para mim' (Is 24,16). E o homem nascido do lodo, não selará o segredo sacramental no escrínio de seu coração? Bem, portanto se diz que a confissão deve ser terra inabitável e inacessível, a fim de que não se patenteie a nenhum dos homens o segredo da confissão.

Por isso o senhor com ameaças mando no Êxodo, dizendo:  Guardai-vos de subir no monte, nem toqueis nos seus limites; todo o que tocar o monte será punido de morte. Mão alguma o tocaram, mas quem o tocar será apedrejado ou trespassado com setas; quer seja uma besta quer seja um homem, não viverá  (Ex 19,12-13). Este monte Sinai, que se interpreta medida, significa a confissão, que bem se chama monte por causa da excelência de perdoar o pecado: que maior excelência ou altura pode existir do que o perdão do pecado? Chama-se ainda medida, por causa de medir ao mesmo tempo a confissão e a culpa. Com efeito, o pecador deve medir de tal modo que a confissão corresponda exatamente à culpa, enquanto não deve dizer menos por vergonha ou temor, nem ajuntar mais, sob pretexto de humildade, para além da verdade. De fato, por humildade não é lícito mentir.Guardai-vos portanto, ó confessores, ó sacerdotes, de subir a este monte, pois subir ao monte é revelar o segredo da confissão."

E continua dizendo: "Não digo somente que não subais, mas ainda que nem toqueis nos seus limites: os limites do monte são as circunstâncias da confissão, que ninguém deve tocar nem com uma palavra, nem com um sinal nem com algum outro modo. Infelizmente, há quem tema subir ao monte, mas não se envergonhe de tocar nos seus limites, revelando com certos ditos e sinais circunstâncias do pecado. Ouçam, portanto, estes infelizes a sentença da sua morte: « Todo aquele que tocar o monte, diz o Senhor, será punido de morte ». e com que morte, Senhor? As mãos do poder secular não o tocarão para ser suspenso como um salteador ou homicida, o que lhe seria muito mais leve; mas será apedrejado, isto é, oprimido com duras excomunhões, ou traspassado com as setas da condenação eterna; quer seja uma besta, isto é, um simples sacerdote, quer seja um homem, isto é, um sacerdote letrado e cheio de ciência, de forma alguma viverá, (...) não viverá jamais, porque subiu ao monte e tocou os seus limites. Com razão se diz ser a confissão terra inabitável e inacessível."

E o IV Concílio de Latrão diz: "O que ousar revelar o pecado que o tem descoberto no juízo de penitência, decretamos que há de ser não só deposto de seu ofício sacerdotal, senão também RELEGADO a um estreito monastério para fazer PERPÉTUA PENITÊNCIA".

Há sacerdotes que dizem que parte da confissão pode ser revelada, parte não. Se o que o penitente, dizem eles, disser for de matéria grave, não pode ser revelado, mas se diz algo inútil, pode ser revelado. Não é assim, que ensina o Código de Direito Canônico.

Ele diz: "É absolutamente proibido ao confessor fazer uso, a cargo do penitente, do conhecimento adquirido pela confissão, mesmo que não haja perigo algum de revelação" . Por isso, "guarde-se, portanto, muito bem o confessor de descobrir, no mais mínimo, ao pecador, nem palavra, nem por qualquer sinal, nem de qualquer outra forma e por nenhuma causa".
E como foi dito: "O confessor que tem a audácia de romper diretamente o sigilo sacramental está excomungado(...)

Rezemos pelos sacerdotes e pelos confessores para que não sejam como diz o Doutor Místico, "pedras de tropeço colocadas na porta do Céu". Mas que possam dar muitos frutos e que de seus ventres jorrem água para vida eterna, como diz Isaías: « O Senhor resgatou seu servo Jacó! Não há sede para eles no deserto para onde os leva, porque faz brotar para eles água de um rochedo, fende as rochas para que as águas jorrem.

Rezemos, rezemos pelos sacerdotes. Para que honrem a Igreja, com a santidade de suas vidas e com o bom odor de Cristo Jesus, ou seja, os bons exemplos, possam arrastar multidões ao arrependimento, como fizeram e fazem os santos. Assim seja.

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