terça-feira, 30 de agosto de 2011

Viver ou combater-se?

Valorizar algo ou alguma coisa é parte da vida do ser humano. De acordo com a época vivida a sociedade entrega-se aos seus costumes. Neste século, um dos motivos dessa entrega é a busca pelo bem-estar material, este quase sempre fundamentado no consumismo, que exclui ou relativiza os valores que a humanidade conquistara; o respeito mútuo como exemplo.

A fraca capacidade de percepção do outro é uma consequência dessa busca, uma vez tomada à decisão da conquista de algo ou alguma coisa, baseada no egoísmo, não raro presente nos comportamentos consumistas, os relacionamentos humanos exigirão retornos, ou seja, reciprocidade de tratamentos, mas se ganhar é a meta e vencer a todo custo, aquela se torna interesseira, é consequente que se torne, pois não foi construída sobre valores de respeito ao outro, antes, edificada sobre o egoísmo.

Não há conquista sem o devido valor que o ser humano merece. Quando a imparcialidade impera nos relacionamentos, aquele se torna vulnerável a reações diversas mediante ao convívio, ou seja, enfrentando os diversos desafios de cada dia. Onde os valores de respeito não tomam lugares primordiais na sociedade, o ser humano fica a mercê de reagir da maneira como lhe parece melhor; se ganhar é primordial, diante de uma perda a propensão é reagir com agressividade, uma vez que, tornou-se relativa a percepção do próximo.

Sendo assim, faz-se necessário um fortalecimento do conceito fraterno de viver e se é demais para alguns, ao menos, entender que somos semelhantes, para que se cumpra aquilo que o ser humano é capaz de fazer, viver em sociedade.


Por Sem. Joranne Fagner

domingo, 28 de agosto de 2011

Bento XVI anuncia tema da JMJ no Brasil

O Papa Bento XVI anunciou durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 24, o tema da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2013 que será realizada no Rio de Janeiro. “Ide e façais discípulos em todas as nações!”, uma referência ao Evangelho de Mateus (28,19).

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Pensamentos sobre Madri...

Hoje, a imprensa da Espanha, da Itália e de outros países comenta, admirada, a Jornada Mundial da Juventude. Fala de um Papa de 84 anos que atraiu dois milhões de jovens; fala da vitória da Igreja sobre o governo esquerdista e anticlerical da Espanha de Zapatero, fala do Papa que sabe falar aos jovens, fala da força da Igreja que renasce na Espanha...

Meu querido Leitor, é a mesmíssima imprensa que já afirmou repetidamente que Ratzinger não tem carisma algum, que a Igreja já não tem credibilidade nenhuma, que o escândalo dos padres pedófilos colocou por terra o período triunfalista de João Paulo II, que a Igreja entrou numa decadência sem fim e sem cura... A mesma imprensa que tinha certeza de que, sem João Paulo II, os jovens não mais se reuniriam em tamanha multidão...

Que lições devemos tirar de tudo isto? Aquelas que tenho recordado constantemente neste Blog: os cristãos não devem nunca interpretar as coisas de Deus a partir dos critérios do mundo, particularmente aqueles da imprensa! Nossa visão tem que ser a partir do Alto, a partir da cruz e da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo!


Pense um pouco:

(1) Os jovens não foram a Madri por causa de Bento XVI – como no passado não foram por causa de João Paulo II: os jovens foram por causa de Cristo, foram para encontrar Jesus! Um Papa nunca é, nunca pode ser uma atração: não dança, não canta, não requebra, não é sarado, não faz pirueta e não aparece sob efeitos especiais! E se fizer isso, não é o Papa, é a Xuxa! Os jovens foram, vão e irão sempre a esses encontros pela sede que consome seus corações: por causa de Cristo, vida da nossa vida e saciedade da nossa esperança!


(2) Um Papa não tem que ser “carismático” no sentido mundano. Todo Papa é carismático, porque, uma vez eleito, recebeu o carisma, isto é a cháris, a graça própria do ministério petrino. Pode ser o comunicativo João Paulo II, o simpático João Paulo I, o bonachão João XXIII, o hierático e angelical Pio XII, o feioso Bento XV, o valente Pio XI, o melancólico Paulo VI ou o tímido Bento XVI. O verdadeiro católico não ama um Papa, não ama esse Papa, ama o Papa, escuta o Papa, obedece ao Papa – exatamente porque é o Papa, seja ele quem for! Para o católico todo Papa é Pedro, e basta!



(3) Essa multidão reunida não é, não deve ser e não pode ser uma prova de força da Igreja! Nossa força está unicamente na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo – é a mesma força da Semana Santa do ano passado, quando a imprensa acusava a Santa Igreja de Cristo de ser uma rede internacional de pedófilos e se diziam misérias contra o Santo Padre! Nossa força é Cristo, nossa vida é Cristo, nossa certeza é Cristo, nossa alegria e esperança é Cristo!


(4) É verdade que Zapatero, adversário ferrenho do cristianismo, está passando – como passaram outros e passarão tantos outros. Ficará a Igreja, a Mãe católica amabilíssima, porque Cristo assim o quis e assim o prometeu! Mas, não devemos pensar aqueles jovens como um triunfo da Igreja sobre ninguém. O único triunfo que devemos buscar é o triunfo sobre o pecado nosso e do mundo inteiro! Se Zapatero é um inimigo externo da Igreja, também nós a prejudicamos com nossos pecados e egoísmos, com nossa tibieza e falta de amor... Os piores inimigos da Igreja estão dentro dela!


(5) Quanto ao renascimento da Igreja na Espanha ou em qualquer parte do mundo, ele não pode ser medido por números, por multidões ou eventos... Somente o Senhor da Igreja conhece o número dos seus, somente ele sabe do vigor e da fraqueza de sua Santa Esposa, nossa Mãe católica! No entanto, se aquela multidão de jovens na casa dos vinte anos estava lá, significa que nas paróquias, nos grupos, nos movimentos, nas novas comunidades, nas congregações há uma Igreja viva, crente, orante, disposta a testemunhar o Senhor! Lembra do fermento na massa, do grão de mostarda, do tesouro escondido? Pois é, Jesus não erra nunca; Jesus sabe o que diz e sustenta o que fala!


(6) Quanto aos elogios a Bento XVI, que sabe falar aos jovens, ele fala de Cristo com simplicidade, clareza e a convicção de quem experimentou o Senhor ao longo de toda a vida. Isto basta! Mais impressionante que aquela multidão escutando o Papa de 84 anos, é vê-la, junto com o ancião pontífice, silenciosa, contida, piedosamente reverente, ante um pedacinho de pão que esses católicos bobos afirmam ser o próprio Jesus imolado e ressuscitado, realmente presente neste mundo! Basta ver isso para perceber a força da fé, a atuação da graça e a esperança do mundo. (7) Para terminar, repito, mais uma vez: se fossem somente vinte jovens a comparecer a Madri, ainda assim Cristo estaria ali, vivo, atuante, potente, matando a sede de todo aquele que dele se aproxime.


Lembre dessas coisas, meu Leitor, quando daqui a pouco, por algum motivo, nalguma dificuldade, a imprensa novamente decretar que a Igreja está no fim, que o cristianismo passou, que a religião é coisa do passado... Então: firmes na fé, com os olhos fixos em Cristo!


Texto de Sua Excelência Dom Henrique Soares da Costa


domingo, 21 de agosto de 2011

rio 2013

O Rio de Janeiro será a sede da Jornada Mundial da Juventude 2013! O anúncio oficial foi feito pelo Papa Bento XVI, ao fim da Missa de encerramento da JMJ Madri, neste domingo, 21.

A data prevista para o evento é de 23 a 28 de julho de 2013 e a expectativa é reunir mais de dois milhões de jovens peregrinos.
"Este é o maior evento da Igreja. Juntando o número de pessoas de uma Copa do Mundo e uma Olimpíada, não dá a metade do que se dá numa Jornada Mundial da Juventude”, destaca o assessor da Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB, padre Carlos Sávio Costa Ribeiro.


A Jornada Mundial da Juventude foi criada em 1984, quando após concluir o Ano Santo da Redenção, o então papa João Paulo II entregou uma cruz de madeira de quatro metros de altura aos jovens, convidando-os a levá-la por todo o mundo.

Desde então, foram realizadas jornadas em Roma (1985), Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (Espanha, 1989), Czestochowa (Polônia, em 1991), Denver (Estados Unidos, em 1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma novamente (no Jubileu, 2000), Toronto (2002), Colônia (Alemanha, 2005), Sydney (Austrália, 2008) e, por fim, Madri neste ano.

Até a JMJ de Toronto, os encontros eram realizados a cada dois anos. A partir de Colônia, passaram a ocorrer a cada três anos e agora volta novamente a dois anos de diferença para evitar que o evento coincida em 2014 com a realização da Copa do Mundo, no Brasil.

Curtos pensamentos...

Um Papa sem carisma...

Uma Igreja em declínio...

Um clero minado pela pedofilia...

Um moral ultrapassada...

Um Jesus anacrônico, sem lugar no mundo atual...

Um catolicismo desacreditado e sem força...


- É esta a diagnose do mundo, a opinião dos meios de comunicação... São estas a "verdades" que nos querem fazer crer...

Esquecem que a vida dos cristãos é Jesus, e não o Papa,

Que a força do Papa é Cristo, e não a aprovação da mídia...

Ignoram que a Igreja não é nossa, é dEle, do Vencedor do pecado e da morte; e ele a sustenta e garante: "Estarei sempre convosco, até a consumação dos tempos!"

Nem suspeitam que os fieis buscam Cristo nos sacerdotes e sabem que se alguns padres são infieis, muito mais numerosos são os que realmente entregam a vida a Cristo, apesar de suas limitações... Não compreendem que a fé dos cristãos repousa em Cristo e não nos padres; que eles creem em Cristo e não nos sacerdotes...

Não conseguem compreender que a moral cristã é fonte de vida, liberdade e alegria para quem descobre e experimenta o amor de Jesus,

Não sabem como, mas somente em Jesus a humanidade de hoje, como a de ontem, encontra a vida, a luz e a paz, de modo que Marx passou, Nietzche passou, Freud passou, Zapatero está passando, mas Cristo continua, novinho em folha, jovem atraindo jovens!

Nem desconfiam, mas a força do catolicismo não estará nunca na aliança com os grandes do mundo,não estará nos aplausos da imprensa ou na opinião favorável das modas e das minorias organizadas, mas unicamente na adesão à cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo!



Texto de Sua Excelência Dom Henrique Soares da Costa


Indignados x incoformados

"Não vos conformeis com qualquer coisa que seja menos que a Verdade e o Amor! Não vos conformeis com alguém que seja menos que Cristo!”


Meu caríssimo Leitor, que coisas impressionantes, inquietantes, reconfortantes, gratificantes!

Depois dos cerca de 3.000 “indignados” (com Deus, com o seu Cristo, com a sua Igreja, com o Santo Padre, com os crentes), o Papa falou a 2.000.000 (dois milhões!!!) de incoformados! Um ancião desafiou os jovens: “Não vos conformeis!” Sede inconformados! “Não vos conformeis com nada que seja menos que a Verdade e o Amor; não vos conformeis com alguém que seja menos que Cristo!” – Que palavras memoráveis! Que desafio de arrepiar! Que conselho mais revolucionário, perigoso, libertador, uma verdadeira fusão nuclear, capaz de explodir em vida, em sentido para existência, em despertar das melhores energias que Deus colocou no nosso coração!

E o calor de matar (mais de 700 jovens foram atendidos)? E a chuva torrencial? E o vento inclemente? Nada desanimou aquele ancião; nada fez arredar aqueles jovens... E o silêncio ensurdecedor de dois milhões de jovens diante da Hóstia, “pequeno e insignificante pedaço de pão”? O mundo não consegue entender, os laicistas e racionalistas se zangam, a imprensa fica surpresa e desconsertada, os que proclamam o fim da fé e a desmoralização da Igreja calam-se, contrariados e confusos...

Mas, que o crente compreenda: não é o Papa, não é a organização, não é a música bonita, não são as coreografias... É Cristo que atrai, que sacia, que dá vida! Cristo-Vida, Cristo-Luz, Cristo-Sentido, Cristo-Esperança, Cristo-Radicalidade, Cristo-Eternidade, Cristo-Deus bendito pelos séculos dos séculos!

Dois milhões de jovens! E se fossem somente vinte, ainda assim, seria o mesmo Cristo, Verdade, Vida, Esperança do mundo, salvação única da humanidade e da minha vida!


Texto de Sua Excelência Dom Henrique Soares da Costa


Homilia de Bento XVI na Missa de encerramento da JMJ 2011

Queridos jovens


Com a celebração da Eucaristia, chegamos ao momento culminante desta Jornada Mundial da Juventude. Ao ver-vos aqui, vindos em grande número de todas as partes, o meu coração enche-se de alegria, pensando no afeto especial com que Jesus vos olha. Sim, o Senhor vos quer bem e vos chama seus amigos (cf. Jo 15, 15). Ele vem ter convosco e deseja acompanhar-vos no vosso caminho, para vos abrir as portas duma vida plena e tornar-vos participantes da sua relação íntima com o Pai. Pela nossa parte, conscientes da grandeza do seu amor, desejamos corresponder, com toda a generosidade, a esta manifestação de predileção com o propósito de partilhar também com os demais a alegria que recebemos. Na atualidade, são certamente muitos os que se sentem atraídos pela figura de Cristo e desejam conhecê-Lo melhor. Pressentem que Ele é a resposta a muitas das suas inquietações pessoais. Mas quem é Ele realmente? Como é possível que alguém que viveu na terra há tantos anos tenha algo a ver comigo hoje?

No Evangelho que ouvimos (cf. Mt 16, 13-20), vemos representadas, de certo modo, duas formas diferentes de conhecer Cristo. O primeiro consistiria num conhecimento externo, caracterizado pela opinião corrente. À pergunta de Jesus: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?», os discípulos respondem: «Uns dizem que é João Baptista; outros, que é Elias; e outros, que é Jeremias ou algum dos profetas». Isto é, considera-se Cristo como mais um personagem religioso junto aos que já são conhecidos. Depois, dirigindo-se pessoalmente aos discípulos, Jesus pergunta-lhes: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro responde formulando a primeira confissão de fé: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo». A fé vai mais longe que os simples dados empíricos ou históricos, e é capaz de apreender o mistério da pessoa de Cristo na sua profundidade.

A fé, porém, não é fruto do esforço do homem, da sua razão, mas é um dom de Deus: «És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que to revelou, mas o meu Pai que está no Céu». Tem a sua origem na iniciativa de Deus, que nos desvenda a sua intimidade e nos convida a participar da sua própria vida divina. A fé não se limita a proporcionar alguma informação sobre a identidade de Cristo, mas supõe uma relação pessoal com Ele, a adesão de toda a pessoa, com a sua inteligência, vontade e sentimentos, à manifestação que Deus faz de Si mesmo. Deste modo, a pergunta de Jesus: «E vós, quem dizeis que Eu sou?», no fundo está impelindo os discípulos a tomarem uma decisão pessoal em relação a Ele. Fé e seguimento de Cristo estão intimamente relacionados.

E, dado que supõe seguir o Mestre, a fé tem que se consolidar e crescer, tornar-se mais profunda e madura, à medida que se intensifica e fortalece a relação com Jesus, a intimidade com Ele. Também Pedro e os outros apóstolos tiveram que avançar por este caminho, até que o encontro com o Senhor ressuscitado lhes abriu os olhos para uma fé plena.

Queridos jovens, Cristo hoje também se dirige a vós com a mesma pergunta que fez aos apóstolos: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Respondei-Lhe com generosidade e coragem, como corresponde a um coração jovem como o vosso. Dizei-Lhe: Jesus, eu sei que Tu és o Filho de Deus que deste a tua vida por mim. Quero seguir-Te fielmente e deixar-me guiar pela tua palavra. Tu conheces-me e amas-me. Eu confio em Ti e coloco nas tuas mãos a minha vida inteira. Quero que sejas a força que me sustente, a alegria que nunca me abandona.

Na sua resposta à confissão de Pedro, Jesus fala da sua Igreja: «Também Eu te digo: Tu é Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja». Que significa isto? Jesus constrói a Igreja sobre a rocha da fé de Pedro, que confessa a divindade de Cristo.

Sim, a Igreja não é uma simples instituição humana, como outra qualquer, mas está intimamente unida a Deus. O próprio Cristo Se refere a ela como a «sua» Igreja. Não se pode separar Cristo da Igreja, tal como não se pode separar a cabeça do corpo (cf. 1 Cor 12, 12). A Igreja não vive de si mesma, mas do Senhor. Ele está presente no meio dela e dá-lhe vida, alimento e fortaleza.

Queridos jovens, permiti que, como Sucessor de Pedro, vos convide a fortalecer esta fé que nos tem sido transmitida desde os apóstolos, a colocar Cristo, Filho de Deus, no centro da vossa vida. Mas permiti também que vos recorde que seguir Jesus na fé é caminhar com Ele na comunhão da Igreja. Não se pode, sozinho, seguir Jesus. Quem cede à tentação de seguir «por conta sua» ou de viver a fé segundo a mentalidade individualista, que predomina na sociedade, corre o risco de nunca encontrar Jesus Cristo, ou de acabar seguindo uma imagem falsa d’Ele.

Ter fé é apoiar-se na fé dos teus irmãos, e fazer com que a tua fé sirva também de apoio para a fé de outros. Peço-vos, queridos amigos, que ameis a Igreja, que vos gerou na fé, que vos ajudou a conhecer melhor Cristo, que vos fez descobrir a beleza do Seu amor. Para o crescimento da vossa amizade com Cristo é fundamental reconhecer a importância da vossa feliz inserção nas paróquias, comunidades e movimentos, bem como a participação na Eucaristia de cada domingo, a recepção frequente do sacramento do perdão e o cultivo da oração e a meditação da Palavra de Deus.


E, desta amizade com Jesus, nascerá também o impulso que leva a dar testemunho da fé nos mais diversos ambientes, incluindo nos lugares onde prevalece a rejeição ou a indiferença. É impossível encontrar Cristo, e não O dar a conhecer aos outros. Por isso, não guardeis Cristo para vós mesmos. Comunicai aos outros a alegria da vossa fé. O mundo necessita do testemunho da vossa fé; necessita, sem dúvida, de Deus. Penso que a vossa presença aqui, jovens vindos dos cinco continentes, é uma prova maravilhosa da fecundidade do mandato de Cristo à Igreja: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura» (Mc 16, 15). Incumbe sobre vós também a tarefa extraordinária de ser discípulos e missionários de Cristo noutras terras e países onde há multidões de jovens que aspiram a coisas maiores e, vislumbrando em seus corações a possibilidade de valores mais autênticos, não se deixam seduzir pelas falsas promessas dum estilo de vida sem Deus.

Queridos jovens, rezo por vós com todo o afeto do meu coração. Encomendo-vos à Virgem Maria, para que Ela sempre vos acompanhe com a sua intercessão materna e vos ensine e fidelidade à Palavra de Deus. Peço-vos também que rezeis pelo Papa, para que, como Sucessor de Pedro, possa continuar confirmando na fé os seus irmãos. Que todos na Igreja, pastores e fiéis, nos aproximemos de dia para dia sempre mais do Senhor, para crescermos em santidade de vida e darmos assim um testemunho eficaz de que Jesus Cristo é verdadeiramente o Filho de Deus, o Salvador de todos os homens e a fonte viva da sua esperança. Amém.


Fonte: http://noticias.cancaonova.com

Discurso do Papa na Vigília da JMJ 2011

Queridos amigos!

Saúdo-vos a todos, e de modo particular aos jovens que me formularam as perguntas, agradecendo-lhes a sinceridade com que expuseram as suas inquietações, que exprimem de certo modo o anseio de todos vós por alcançar algo de grande na vida, algo que vos dê plenitude e felicidade.

Mas, como pode um jovem ser fiel à fé cristã e continuar a aspirar os grandes ideais na sociedade atual? No evangelho que escutamos, Jesus dá-nos uma resposta a esta importante questão: “Assim como o Pai Me tem amor, assim Eu vos amo a vós. Permanecei no meu amor” (Jo 15, 9).

Sim, queridos amigos, Deus nos ama. Esta é a grande verdade da nossa vida e que dá sentido a tudo o mais. Não somos fruto do acaso nem da irracionalidade, mas, na origem da nossa existência, há um projeto de amor de Deus. Assim permanecer no seu amor significa viver radicados na fé, porque esta não é a simples aceitação dumas verdades abstratas, mas uma relação íntima com Cristo que nos leva a abrir o nosso coração a este mistério de amor e a viver como pessoas que se sabem amadas por Deus.

Se permanecerdes no amor de Cristo, radicados na fé, encontrareis, mesmo no meio de contrariedades e sofrimentos, a fonte do júbilo e a alegria. A fé não se opõe aos vossos ideais mais altos; pelo contrário, exalta-os e aperfeiçoa-os. Queridos jovens, não vos conformeis com nada menos do que a Verdade e o Amor, não vos conformeis com nada menos do que Cristo.

Precisamente agora, quando a cultura relativista dominante renuncia e menospreza a busca da verdade, que é a aspiração mais alta do espírito humano, devemos propor, com coragem e humildade, o valor universal de Cristo como Salvador de todos os homens e fonte de esperança para a nossa vida.

Ele, que tomou sobre si as nossas aflições, conhece bem o mistério do sofrimento humano e mostra a sua presença amorosa em todos aqueles que sofrem. Estes, por sua vez, unidos à paixão de Cristo, participam intimamente da Sua obra de redenção. Além disso, a nossa atenção desinteressada pelos doentes e aos desamparados, sempre será um testemunho humilde e silencioso do rosto compassivo de Deus.

Queridos amigos, que nenhuma dificuldade vos paralise: Não tenhais medo do mundo, nem do futuro, nem da vossa fraqueza. O Senhor concedeu-vos viver neste momento da história, repleto de grandes possibilidades e oportunidades, para que, graças à vossa fé, continue a ressoar o nome de Cristo em toda a terra.

Nesta vigília de oração, convido-vos a pedir a Deus que vos ajude a descobrir a vossa vocação na sociedade e na Igreja e a perseverar nela com alegria e fidelidade. Vale acolher dentro de nós o chamado de Cristo e seguir com coragem e generosidade o caminho que Ele nos proponha.

A muitos, o Senhor chama ao matrimônio, no qual um homem e uma mulher, formando uma só carne (cf. Gn 3, 24), se realizam numa profunda vida de comunhão. É um horizonte de vida ao mesmo tempo luminoso e exigente; um projeto de amor verdadeiro, que se renova e consolida cada dia, partilhando alegrias e dificuldades, e que se caracteriza por uma entrega da totalidade da pessoa. Por isso, reconhecer a beleza e bondade do matrimônio significa estar conscientes de que o âmbito adequado à grandeza e dignidade do amor matrimonial só pode ser um âmbito de fidelidade e indissolubilidade e também de abertura ao dom divino da vida.

A outros, diversamente, Cristo chama-os a segui-Lo mais de perto no sacerdócio ou na vida consagrada. Como é belo saber que Jesus vem à tua procura, fixa o seu olhar em ti e, com a sua voz inconfundível, diz também a ti: “Segue-Me” (cf. Mc 2, 14).

Queridos jovens, para descobrir e seguir fielmente a forma de vida a que o Senhor chama cada um de vós, é indispensável permanecer no seu amor como amigos. E, como se mantém a amizade se não com o trato frequente, o diálogo, o estar juntos e o partilhar anseios ou penas? Dizia Santa Teresa de Ávila que a oração não é outra coisa senão “tratar de amizade – estando muitas vezes tratando a sós – com Quem sabemos que nos ama” (Livro da Vida, 8).

Convido-vos, pois, a ficardes agora em adoração a Cristo, realmente presente na Eucaristia; a dialogar com Ele, a expor na sua presença as vossas questões e a escutá-Lo. Queridos amigos, rezo por vos com toda a minha alma; suplico-vos que rezeis também por mim. Peçamos-Lhe, ao Senhor, nesta noite que, atraídos pela beleza do seu amor, vivamos sempre fielmente como seus discípulos. Amém!

Saudação em português

Meus queridos amigos, convido cada um e cada uma de vós a estabelecer um diálogo pessoal com Cristo, expondo-Lhe as próprias dúvidas e sobretudo escutando-O. O Senhor está aqui e chama-te! Jovens amigos, vale a pena ouvir dentro de nós a Palavra de Jesus e caminhar seguindo os seus passos. Pedi ao Senhor que vos ajude a descobrir a vossa vocação na vida e na Igreja, e a perseverar nela com alegria e fidelidade, sabendo que Ele nunca vos abandona nem atraiçoa! Ele está connosco até ao fim do mundo


Homilia de Bento XVI para os seminaristas na JMJ 2011

Senhor Cardeal Arcebispo de Madrid,
Queridos Irmãos no Episcopado,
Queridos sacerdotes e religiosos,
Queridos reitores e formadores,
Queridos seminaristas,
Meus amigos!

Sinto uma profunda alegria ao celebrar a Santa Missa para todos vós, que aspirais a ser sacerdotes de Cristo para o serviço da Igreja e dos homens, e agradeço as amáveis palavras de saudação com que me acolhestes. Hoje esta Catedral de Santa Maria a Real da Almudena lembra um imenso cenáculo onde o Senhor desejou ardentemente celebrar a Sua Pascoa com todos vós que um dia desejais presidir em seu nome os mistérios da salvação. Vendo-vos, comprovo de novo como Cristo continua chamando jovens discípulos para fazer deles seus apóstolos, permanecendo assim viva a missão da Igreja e a oferta do evangelho ao mundo. Como seminaristas, estais a caminho para uma meta santa: ser continuadores da missão que Cristo recebeu do Pai. Chamados por Ele, seguistes a sua voz; e, atraídos pelo seu olhar amoroso, avançais para o ministério sagrado. Ponde os vossos olhos n’Ele, que, pela sua encarnação, é o revelador supremo de Deus ao mundo e, pela sua ressurreição, é a fiel realização da sua promessa. Dai-Lhe graças por este sinal de predilecção que reserva para cada um de vós.

A primeira leitura que escutámos mostra-nos Cristo como o novo e definitivo sacerdote, que fez uma oferta total da sua existência. A antífona do salmo aplica-se perfeitamente a Ele, quando, ao entrar no mundo, Se dirigiu a seu Pai dizendo: «Eis-me aqui para fazer a tua vontade» (cf. Sal 39, 8-9). Procurava agradar-Lhe em tudo: ao falar e ao agir, percorrendo os caminhos ou acolhendo os pecadores. A sua vida foi um serviço, e a sua dedicação abnegada uma intercessão perene, colocando-Se em nome de todos diante do Pai com Primogénito de muitos irmãos. O autor da Carta aos Hebreus afirma que, através desta entrega, nos tornou perfeitos para sempre, a nós que estávamos chamados a participar da sua filiação (cf. Heb 10, 14).

A Eucaristia, de cuja instituição nos fala o evangelho proclamado (cf. Lc 22, 14-20), é a expressão real dessa entrega incondicional de Jesus por todos, incluindo aqueles que O entregavam: entrega do seu corpo e sangue para a vida dos homens e para a remissão dos pecados. O sangue, sinal da vida, foi-nos dado por Deus como aliança, a fim de podermos inserir a força da sua vida onde reina a morte por causa do nosso pecado, e assim destruí-lo. O corpo rasgado e o sangue derramado de Cristo, isto é, a sua liberdade sacrificada, converteram-se, através dos sinais eucarísticos, na nova fonte da liberdade redimida dos homens. N’Ele temos a promessa duma redenção definitiva e a esperança segura dos bens futuros. Por Cristo, sabemos que não estamos caminhando para o abismo, para o silêncio do nada ou da morte, mas seguindo para a terra prometida, para Ele que é nossa meta e também nosso princípio.

Queridos amigos, vos preparais para ser apóstolos com Cristo e como Cristo, para ser companheiros de viagem e servidores dos homens. Como haveis de viver estes anos de preparação? Em primeiro lugar, devem ser anos de silêncio interior, de oração permanente, de estudo constante e de progressiva inserção nas actividades e estruturas pastorais da Igreja. Igreja, que é comunidade e instituição, família e missão, criação de Cristo pelo seu Espírito Santo e simultaneamente resultado de quanto a configuramos com a nossa santidade e com os nossos pecados. Assim o quis Deus, que não se incomoda de tomar pobres e pecadores para fazer deles seus amigos e instrumentos para redenção do género humano. A santidade da Igreja é, antes de mais nada, a santidade objectiva da própria pessoa de Cristo, do seu evangelho e dos seus sacramentos, a santidade daquela força do alto que a anima e impele. Nós devemos ser santos para não gerar uma contradição entre o sinal que somos e a realidade que queremos significar.

Meditai bem este mistério da Igreja, vivendo os anos da vossa formação com profunda alegria, em atitude de docilidade, de lucidez e de radical fidelidade evangélica, bem como numa amorosa relação com o tempo e as pessoas no meio de quem viveis. É que ninguém escolhe o contexto nem os destinatários da sua missão. Cada época tem os seus problemas, mas Deus dá em cada tempo a graça oportuna para os assumir e superar com amor e realismo. Por isso, em toda e qualquer circunstância em que se encontre e por mais dura que esta seja, o sacerdote tem de frutificar em toda a espécie de boas obras, conservando sempre vivas no seu íntimo aquelas palavras do dia da sua Ordenação com que se lhe exortava a configurar a sua vida com o mistério da cruz do Senhor.

Configurar-se com Cristo comporta, queridos seminaristas, identificar-se sempre mais com Aquele que por nós Se fez servo, sacerdote e vítima. Na realidade, configurar-se com Ele é a tarefa em que o sacerdote há-de gastar toda a sua vida. Já sabemos que nos ultrapassa e não a conseguiremos cumprir plenamente, mas, como diz São Paulo, corremos para a meta esperando alcançá-la (cf. Flp 3, 12-14).

Mas Cristo, Sumo Sacerdote, é igualmente o Bom Pastor, que cuida das suas ovelhas até ao ponto de dar a vida por elas (cf. Jo 10, 11). Para imitar nisto também o Senhor, o vosso corações tem de ir amadurecendo no Seminário, colocando-se totalmente à disposição do Mestre. Dom do Espírito Santo, esta disponibilidade é que inspira a decisão de viver o celibato pelo Reino dos céus, o desprendimento dos bens da terra, a austeridade de vida e a obediência sincera e sem dissimulação.

Pedi-Lhe, pois, que vos conceda imitá-Lo na sua caridade até ao fim para com todos, sem excluir os afastados e pecadores, de tal forma que, com a vossa ajuda, se convertam e voltem ao bom caminho. Pedi-Lhe que vos ensine a aproximar-vos dos enfermos e dos pobres, com simplicidade e generosidade. Afrontai este desafio sem complexos nem mediocridade, mas antes como uma forma estupenda de realizar a vida humana na gratuidade e no serviço, sendo testemunhas de Deus feito homem, mensageiros da dignidade altíssima da pessoa humana e, consequentemente, seus defensores incondicionais. Apoiados no seu amor, não vos deixeis amedrontar por um ambiente onde se pretende excluir Deus e no qual os principais critérios por que se rege a existência são, frequentemente, o poder, o ter ou o prazer. Pode acontecer que vos desprezem, como se costuma fazer com quem aponta metas mais altas ou desmascara os ídolos diante dos quais muito se prostram hoje. Será então que uma vida profundamente radicada em Cristo se revele realmente como uma novidade, atraindo com vigor a quantos verdadeiramente procuram Deus, a verdade e a justiça.

Animados pelos vossos formadores, abri a vossa alma à luz do Senhor para ver se este caminho, que requer coragem e autenticidade, é o vosso, avançando para o sacerdócio só se estiverdes firmemente persuadidos de que Deus vos chama para ser seus ministros e plenamente decididos a exercê-lo obedecendo às disposições da Igreja.

Com esta confiança, aprendei d’Aquele que Se definiu a Si mesmo como manso e humilde de coração, despojando-vos para isso de todo o desejo mundano, de modo que não busqueis o vosso próprio interesse, mas edifiqueis, com a vossa conduta, aos vossos irmãos, como fez o santo padroeiro do clero secular espanhol São João de Ávila. Animados pelo seu exemplo, olhai sobretudo para a Virgem Maria, Mãe dos sacerdotes. Ela saberá forjar a vossa alma segundo o modelo de Cristo, seu divino Filho, e vos ensinará incessantemente a guardar os bens que Ele adquiriu no Calvário para a salvação do mundo. Amem.


Reflexão do Papa na Via Sacra da JMJ Madri

Queridos jovens!

Com piedade e fervor, celebramos esta Via-Sacra, acompanhando Cristo na sua Paixão e Morte. As reflexões das Irmãzinhas da Cruz, que servem aos mais pobres e desvalidos, facilitaram-nos a entrada nos mistérios da gloriosa Cruz de Cristo, que encerra a verdadeira sabedoria de Deus, aquela que julga o mundo e quantos se crêem sábios (cf. 1 Cor 1, 17-19).

Neste itinerário para o Calvário, ajudou-nos também a contemplação destas imagens extraordinárias do patrimônio religioso das dioceses espanholas. São imagens onde se harmonizam a fé e a arte para chegar ao coração do homem e convidá-lo à conversão.

Quando é límpido e autêntico o olhar da fé, a beleza coloca-se ao seu serviço e é capaz de representar os mistérios da nossa salvação a ponto de nos tocar profundamente e transformar o nosso coração, como sucedeu a Santa Teresa de Ávila ao contemplar uma imagem de Cristo coberto de chagas (cf. Livro da Vida, 9, 1).

À medida que íamos avançando com Jesus até chegar ao cimo da sua entrega no Calvário, vinham-nos à mente as palavras de São Paulo: "Cristo amou-me e a Si mesmo Se entregou por mim" (Gal 2, 20). À vista de um amor assim desinteressado, cheios de admiração e reconhecimento perguntamo-nos agora: Que havemos nós de fazer por Ele? Que resposta Lhe daremos?

São João diz claramente: "Foi com isto que conhecemos o amor: Ele, Jesus, deu a sua vida por nós; assim também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos" (1 Jo 3, 16).

A paixão de Cristo incita-nos a carregar sobre os nossos ombros o sofrimento do mundo, com a certeza de que Deus não é alguém distante ou alheio ao homem e às suas vicissitudes; pelo contrário, fez-Se um de nós "para poder padecer com o homem, de modo muito real, na carne e no sangue (…). A partir de lá entrou em todo o sofrimento humano alguém que partilha o sofrimento e a sua suportação; a partir de lá propaga-se em todo o sofrimento a con-solatio, a consolação do amor solidário de Deus, surgindo assim a estrela da esperança" (Spe salvi, 39).

Queridos jovens, que o amor de Cristo por nós aumente a vossa alegria e vos anime a permanecer junto dos menos favorecidos. Vós que sois tão sensíveis à ideia de partilhar a vida com os outros, não passeis ao largo quando virdes o sofrimento humano, pois é aí que Deus vos espera para dardes o melhor de vós mesmos: a vossa capacidade de amar e de vos compadecerdes. As diversas formas de sofrimento, que foram desfilando diante dos nossos olhos ao longo da Via-Sacra, são apelos do Senhor para edificarmos as nossas vidas seguindo os seus passos e para nos tornarmos sinais do seu conforto e salvação. "Sofrer com o outro, pelos outros; sofrer por amor da verdade e da justiça; sofrer por causa do amor e para se tornar uma pessoa que ama verdadeiramente: estes são elementos fundamentais de humanidade, o seu abandono destruiria o mesmo homem" (Ibid., 39).

Oxalá saibamos acolher estas lições e pô-las em prática. Com tal finalidade, olhemos para Cristo, suspenso no duro madeiro, e peçamos-Lhe que nos ensine esta misteriosa sabedoria da cruz, graças à qual vive o homem. A cruz não foi o desfecho de um fracasso, mas o modo de exprimir a entrega amorosa que vai até à doação máxima da própria vida.

O Pai quis amar os homens no abraço do seu Filho crucificado por amor. Na sua forma e significado, a cruz representa esse amor do Pai e de Cristo pelos homens. Nela reconhecemos o ícone do amor supremo, onde aprendemos a amar o que Deus ama e como Ele o faz: esta é a Boa Nova que devolve a esperança ao mundo.

Voltemos agora os nossos olhos para a Virgem Maria, que nos foi entregue por Mãe no Calvário, e supliquemos-Lhe que nos apóie com a sua amorosa protecção no caminho da vida, particularmente quando passarmos pela noite da dor, para conseguirmos permanecer como Ela firmes ao pé da cruz.


sábado, 20 de agosto de 2011

Discurso do Papa na Festa de Acolhida dos jovens na JMJ 2011



Queridos jovens amigos!

Agradeço as carinhosas palavras que me dirigiram os jovens representantes dos cinco continentes. Com afeto, saúdo a todos vós que estais aqui congregados - jovens da Oceania, África, América, Ásia e Europa – e também a quantos não puderam vir. Sempre vos tenho muito presente e rezo por vós. Deus concedeu-me a graça de vos poder ver e vos ouvir mais de perto, e de nos colocarmos juntos à escuta da sua Palavra.

Na leitura que há pouco foi proclamada, ouvimos uma passagem do Evangelho onde se fala de acolher as palavras de Jesus e de as pôr em prática. Há palavras que servem apenas para entreter e passam como o vento; outras instruem, sob alguns aspectos, a mente; as palavras de Jesus, ao invés, têm de chegar ao coração, radicar-se nele e modelar a vida inteira. Sem isso, ficam estéreis e tornam-se efémeras; não nos aproximam Dele. E, deste modo, Cristo continua distante, como uma voz entre muitas outras que nos rodeiam e às quais estamos habituados.

Além disso, o Mestre que fala não ensina algo que aprendeu de outros, mas o que Ele mesmo é, o único que conhece verdadeiramente o caminho do homem para Deus, pois foi Ele que o abriu para nós, que o criou para podermos alcançar a vida autêntica, a vida que sempre vale a pena viver em todas as circunstâncias e que nem mesmo a morte pode destruir. O Evangelho continua explicando estas coisas com a sugestiva imagem de quem constrói sobre a rocha firme, resistente às investidas das adversidades, contrariamente a quem edifica sobre a areia, talvez numa paisagem paradisíaca, poderíamos dizer hoje, mas que se desmorona à primeira rajada de ventos e fica em ruínas.

Queridos jovens, escutai verdadeiramente as palavras do Senhor, para que sejam em vós “espírito e vida” (Jo 6, 63), raízes que alimentam o vosso ser, linhas de conduta que nos assemelham à pessoa de Cristo, sendo pobres de espírito, famintos de justiça, misericordiosos, puros de coração, amantes da paz. Escutai-as frequentemente cada dia, como se faz com o único Amigo que não engana e com o qual queremos partilhar o caminho da vida. Bem sabeis que, quando não se caminha ao lado de Cristo, que nos guia, extraviamo-nos por outra sendas como a dos nossos próprios impulsos cegos e egoístas, a de propostas lisonjeiras mas interesseiras, enganadoras e volúveis, que atrás de si deixam o vazio e a frustração.

Aproveitai estes dias para conhecer melhor a Cristo e inteirar-vos de que, enraizados Nele, o vosso entusiasmo e alegria, os vossos anseios de crescer, de chegar ao mais alto, ou seja, a Deus, têm futuro sempre assegurado, porque a vida em plenitude já habita dentro do vosso ser. Fazei-a crescer com a graça divina, generosamente e sem mediocridade, propondo-vos seriamente a meta da santidade. E, perante as nossas fraquezas, que às vezes nos oprimem contamos também com a misericórdia do Senhor, sempre disposto a dar-nos de novo a mão e que nos oferece o perdão no sacramento da Penitência.

Edificando-a sobre a rocha firme, a vossa vida será não só segura e estável, mas contribuirá também para projetar a luz de Cristo sobre os vossos coetâneos e sobre toda a humanidade, mostrando uma alternativa válida a tantos que viram a sua vida desmoronar-se, porque os alicerces da sua existência eram inconsistentes: a tantos que se contentam com seguir as correntes da moda, se refugiam no interesse imediato, esquecendo a justiça verdadeira, ou se refugiam em opiniões pessoais em vez de procurar a verdade sem adjetivos.

Sim, há muitos que, julgando-se deuses, pensam que não têm necessidade de outras raízes nem de outros alicerces para além de si mesmo. Desejariam decidir, por si sós, o que é verdade ou não, o que é bom ou mau, justo ou injusto; decidir quem é digno de viver ou pode ser sacrificado nas aras de outras preferências; em cada momento dar um passo à sorte, sem rumo fixo, deixando-se levar pelo impulso de cada instante. Estas tentações estão sempre à espreita.

É importante não sucumbir a elas, porque na realidade conduzem a algo tão fútil como uma existência sem horizontes, uma liberdade sem Deus. Pelo contrário, sabemos bem que fomos criados livres, à imagem de Deus, precisamente para ser protagonistas da busca da verdade e do bem, responsáveis pelas nossas ações e não meros executores cegos, colaboradores criativos com a tarefa de cultivar e embelezar a obra da criação. Deus quer um interlocutor responsável, alguém que possa dialogar com Ele e amá-Lo. Por Cristo, podemos verdadeiramente consegui-lo e, radicados Nele, damos asas à nossa liberdade. Porventura não é este o grande motivo da nossa alegria? Não é este um terreno firme para construir a civilização do amor e da vida, capaz de humanizar todo homem?

Queridos amigos, sede prudentes e sábios, edificai as vossas vidas sobre o alicerce firme que é Cristo. Esta sabedoria e prudência guiará os vossos passos, nada vos fará tremer e, em vosso coração, reinará a paz. Então sereis bem-aventurados, ditosos, e a vossa alegria contagiará os outros.

Perguntar-se-ão qual seja o segredo da vossa vida e descobrirão que a rocha que sustenta todo o edifício e sobre a qual assenta toda a vossa existência é a própria pessoa de Cristo, vosso amigo, irmão e Senhor, o Filho de Deus feito homem, que dá consistência a todo o universo. Ele morreu por nós e ressuscitou para que tivéssemos vida, e agora, junto do trono do Pai, continua vivo e próximo a todos os homens, velando continuamente com amor por cada um de nós.

Confio os frutos desta Jornada Mundial da Juventude à Santíssima Virgem, que soube dizer “sim” à vontade de Deus e nos ensina, como ninguém, a fidelidade ao seu divino Filho, que acompanhou até à sua morte na cruz. Meditaremos tudo isto mais pausadamente ao longo das diversas estações da Via-Sacra. Peçamos para que o nosso “sim” de hoje a Cristo seja também, como o Dela, um “sim” incondicional à sua amizade, no fim desta Jornada Mundial e durante toda a nossa vida. Muito obrigado!
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Saudação em português

Queridos jovens dos diversos países de língua oficial portuguesa e quantos vos acompanham, bem-vindos a Madrid! A todos saúdo com grande amizade e convido a subir até à fonte eterna da vossa juventude e conhecer o protagonista absoluto desta Jornada Mundial e – espero – da vossa vida: Cristo Senhor. Nestes dias ouvireis pessoalmente ressoar a sua Palavra. Deixai que esta Palavra penetre e crie raízes nos vossos corações, e sobre ela edificai a vossa vida. Firmes na fé, sereis um elo na grande cadeia dos fiéis. Não se pode crer sem ser amparado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para amparar os outros na fé. A Igreja precisa de vós, e vós precisais da Igreja.



Discurso de Bento XVI em sua chegada a Madri para a JMJ 2011



Majestades,
Senhor Cardeal Arcebispo de Madri,
Senhores Cardeais,
Venerados Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
Distintas Autoridade Nacionais, Autonômicas e Locais,
Querido povo de Madri e da Espanha inteira!

Obrigado, Majestade, pela sua presença aqui, juntamente com a Rainha, e pelas palavras deferentes e amigas de boas-vindas que me dirigiu. Palavras que me fazem reviver as inesquecíveis demonstrações de simpatia recebidas nas minhas anteriores visitas apostólicas a Espanha, e de modo muito particular na minha recente viagem a Santiago de Compostela e a Barcelona. Saúdo cordialmente todos vós que vos encontrais reunidos aqui em Barajas, e quantos acompanham esta cerimônia através do rádio e da televisão. Uma menção muito agradecida desejo fazer aos que com tanto zelo e dedicação, nas instituições eclesiais e civis, contribuíram com o seu esforço e trabalho para que esta Jornada Mundial da Juventude em Madri decorra em boa ordem e se cubra de abundantes frutos.

Desejo também agradecer de todo o coração a hospitalidade de tantas famílias, paróquias, colégios e outras instituições que acolheram os jovens vindos de todo o mundo, primeiro nas diversas regiões e cidades da Espanha e agora nesta grande cidade de Madri, cosmopolita e sempre de portas abertas.

Venho aqui para me encontrar com milhares de jovens de todo o mundo, católicos, interessados por Cristo ou à procura da verdade que dê sentido genuíno à sua existência. Chego como Sucessor de Pedro para confirmar todos na fé, vivendo alguns dias de intensa atividade pastoral para anunciar que Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida. Para animar o compromisso de construir o Reino de Deus no mundo, no meio de nós. Para exortar os jovens a encontrarem-se pessoalmente com Cristo Amigo e assim, radicados na sua Pessoa, converterem-se em seus fiéis seguidores e valorosas testemunhas.

Esta multidão de jovens que veio a Madri… porque e para que vieram? Embora a resposta deva ser dada por eles próprios, pode-se entretanto pensar que desejam escutar a Palavra de Deus, como lhes foi proposto no lema para esta Jornada Mundial da Juventude, de tal maneira que, arraigados e edificados em Cristo, manifestem a firmeza da sua fé.

Muitos deles talvez tenham ouvido a voz de Deus apenas como um leve sussurro, que os impeliu a procurá-Lo mais diligentemente e a partilhar com outros a experiência da força que tem na suas vidas. Esta descoberta do Deus vivo revigora os jovens e abre os seus olhos para os desafios do mundo onde vivem, com as suas possibilidades e limitações. Veem a superficialidade, o consumismo e o hedonismo imperantes, tanta banalidade na vivência da sexualidade, tanto egoísmo, tanta corrupção. E sabem que, sem Deus, seria difícil afrontar estes desafios e ser verdadeiramente felizes, colocando para isso todo o entusiasmo na consecução duma vida autêntica. Mas, com Ele a seu lado, terão luz para caminhar e razões para esperar, não se detendo nem mesmo diante dos ideais mais altos, que hão-de motivar os seus generosos compromissos para a construção de uma sociedade onde se respeite a dignidade humana e uma efetiva fraternidade. Aqui, nesta Jornada, têm uma ocasião privilegiada para colocar em comum as suas aspirações, trocar reciprocamente a riqueza das suas culturas e experiências, animar-se mutuamente num caminho de fé e de vida, no qual alguns se julgam sozinhos ou ignorados nos seus ambientes quotidianos. Mas não! Não estão sozinhos. Muitos da sua idade partilham os mesmos propósitos deles e, confiando inteiramente em Cristo, sabem que têm realmente um futuro à sua frente e não temem os compromissos decisivos que preenchem toda a vida. Por isso me dá imensa alegria poder escutá-los, rezarmos juntos e celebrar a Eucaristia com eles. A Jornada Mundial da Juventude traz-nos uma mensagem de esperança, como uma brisa de ar puro e juvenil, com aromas renovadores que nos enchem de confiança face ao amanhã da Igreja e do mundo.

Não faltam, certamente, dificuldades. Subsistem tensões e confrontos em aberto em muitos lugares do mundo, inclusive com derramamento de sangue. A justiça e o sublime valor da pessoa humana facilmente se curvam a interesses egoístas, materiais e ideológicos. Não sempre se respeita, como é devido, o meio ambiente e a natureza, que Deus criou com tanto amor. Além disso, muitos jovens olham com preocupação para o futuro diante da dificuldade de encontrar um trabalho digno, ou por terem perdido o emprego, ou por ser este muito precário. Há outros que precisam de prevenção para não cair na rede das drogas, ou de uma ajuda eficaz, caso desgraçadamente já tenham caído nela. Há muitos que, por causa da sua fé em Cristo, são vítimas de discriminação, que gera o desprezo e a perseguição, aberta ou dissimulada, que sofrem em determinadas regiões e países. Molestam-lhes querendo afastá-los d’Ele, privando-os dos sinais da sua presença na vida pública e silenciando mesmo o seu santo Nome. Mas, eu volto a dizer aos jovens, com todas as forças do meu coração: Que nada e ninguém vos tire a paz; não vos envergonheis do Senhor. Ele fez questão de fazer-se igual a nós e experimentar as nossas angústias para levá-las a Deus, e assim nos salvou.

Neste contexto, é urgente ajudar os jovens discípulos de Jesus a permanecerem firmes na fé e a assumirem a maravilhosa aventura de anunciá-la e testemunhá-la abertamente com a sua própria vida. Um testemunho corajoso e cheio de amor pelo homem irmão, ao mesmo tempo decidido e prudente, sem ocultar a própria identidade cristã, num clima de respeitosa convivência com outras legítimas opções e exigindo ao mesmo tempo o devido respeito pelas próprias.

Majestade, ao renovar-lhes o meu agradecimento pelas deferentes boas-vindas que me proporcionaram, desejo exprimir também o meu apreço e proximidade a todos os povos de Espanha, bem como a minha admiração por um País tão rico de história e cultura, pela vitalidade da sua fé, que frutificou em tantos santos e santas de todas as épocas, em numerosos homens e mulheres que, deixando a sua terra, levaram o Evangelho a todos os cantos do mundo, e em pessoas rectas, solidárias e bondosas por todo o seu território. Trata-se de um grande tesouro, que vale a pena, sem dúvida, cuidar com atitude construtiva, para o bem comum de hoje e para oferecer um horizonte luminoso ao porvir das novas gerações. Embora atualmente haja motivos de preocupação, maior é a solicitude dos espanhóis pela sua superação com esse dinamismo que os caracteriza e para o qual contribuem imenso as suas profundas raízes cristãs, muito fecundas ao longo dos séculos.

Daqui saúdo com grande cordialidade todos os queridos amigos espanhóis e madrilenos, e quantos vieram de outras terras. Durante estes dias estarei junto de vós, mas tendo também muito presente todos os jovens do mundo, particularmente os que atravessam provações de diversa índole. Ao confiar este encontro à Santíssima Virgem Maria e à intercessão dos Santos protetores desta Jornada, peço a Deus que abençoe e proteja sempre os filhos da Espanha. Muito obrigado.



sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Perguntas espanholas

Diante das notícias sobre manifestações contra a visita do Papa à Espanha, fiquei pensando...

Por que a imprensa dá tanta ênfase a uma manifestação de 2.000 a 5.000 pessoas? Por que esse gosto de alargar, aumentar, amplificar e sublinhar tudo quanto seja contra Cristo e de modo particular contra a Igreja? Por que não se mostra de modo honesto a agenda positiva e real: milhares de jovens do mundo inteiro, na casa dos vinte a vinte e cinco anos ali, felizes, com o Papa?

Será que os tolos que fizeram essa manifestação não compreendem que não são somente eles que pagam impostos, mas os católicos também os pagam? A grande maioria dos espanhóis não reclamou e está contente com a visita do Santo Padre! Além do mais, não fosse a cegueira e a má vontade anticlericais desses grupelhos radicais, eles veriam que a visita do Papa e a Jornada da Juventude traz compensações financeiras para a Espanha em crise...

Mas, ainda que não trouxesse compensação alguma, será que a vida e os acontecimentos devem mesmo ser medidos somente pelo útil, pelo lucrativo, pelo resultado imediato? E o bem que um encontro desses traz a milhares de jovens que procuram um sentido, um rumo para a existência, num mundo cansado de si e temeroso quanto ao futuro? Mas, esses obtusos, esses tolos de má vontade não enxergam nada disso. São movidos somente pelo ódio e o preconceito.

Mais uma pergunta? Por que é que alguns gays sentem prazer em se beijarem quando veem o Papa? Interessante forma de tara! Quando vão compreender que podem se beijar até cair a língua, que isso não afetará ao Papa em nada? Tanto é direito deles beijarem-se à vontade como é direito e dever da Igreja dizer o que é contrário ou de acordo com o doutrina cristã e a lei natural. Quantas vezes é necessário dizer que a Igreja não é contra ninguém? O resto é circo! Como seria bom que esses homossexuais – que não representam a maioria dos homossexuais - tratassem com seriedade de argumentos as suas questões! Beijaços à passagem do Papa não resolvem. No máximo, se chegasse a ver tais cenas, o Papa talvez dissesse: “Não, obrigado!”


Fonte: costa_hs.blog.uol.com.br


Texto de Sua Excelência Dom Henrique Soares da Costa

domingo, 14 de agosto de 2011

Roma expõe bula pontifícia com decreto de excomunhão de Lutero

(AFP)


ROMA — A bula pontifícia com o decreto de excomunhão do teólogo alemão Martín Lutero, em cujos ensinamentos se inspirou a Reforma Protestante, poderá ser vista durante uma inédita exposição de documentos dos Arquivos do Vaticano, no museu da prefeitura de Roma.

A exposição, que leva o título de "Lux in Arcana", será aberta em fevereiro próximo por ocasião dos 400 anos da criação desses arquivos, em 1612, pelo Papa Paulo V.

Entre a grande variedade de documentos históricos, figura o famoso decreto do Papa Leão X "Decet Romanum Pontificem", com que Lutero foi excomungado em 3 de janeiro de 1521 e que selava a ruptura completa com Roma, levando a guerras de religião fratricidas na Europa.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Participantes da JMJ 2011 ganharão Indulgência Plenária

A Igreja Católica concederá Indulgência Plenária a todos os jovens que com espírito peregrino participarem da Jornada Mundial da Juventude 2011, que acontecerá em Madri, Espanha, entre os dias 16 e 21 de agosto.

O decreto, publicado nesta quinta-feira, 11, pela Penitenciária Apostólica, salienta àqueles que não puderem ir a Madri que poderão conseguir a Indulgência Parcial a medida que, onde quer que estejam, rezem pelos “propósitos espirituais deste encontro e para o seu feliz êxito”.

“Com a alma contrita elevem as suas orações a Deus Espírito Santo, a fim que os jovens sejam motivados pela caridade e tenham a força para anunciar com a própria vida o Evangelho”, pede o Vaticano.

A indulgência plenária é a remissão total, perante Deus, da "pena temporal", consequências dos pecados já perdoados na confissão quanto à "culpa".

Mas o decreto ressalva que a concessão dessa Indulgência Plenária será dada apenas aos fiéis que “devotamente participarão a todas as funções sacras ou exercícios que se desenvolverão em Madri durante a 23ª Jornada Mundial da Juventude até a sua conclusão solene, fazendo, além disso, a confissão e, depois disso, recebendo a Santa Comunhão e a oração pelas intenções de Sua Santidade [o Papa]”.

E para que todos os jovens fiéis possam receber estes dons celestes, os sacerdotes legitimamente aprovados estarão a disposição para a escuta das confissões durante todos os dias da jornada.

O decreto pede para que estes sacerdotes estejam “com alma pronta e generosa”, prontos para a receber os fiéis. E a Igreja também aconselha orações públicas para o bom êxito desta Jornada Mundial da Juventude.


Jornada da Juventude receberá mais de 400 mil jovens latinos

Quase meio milhão de jovens procedentes de países da América Latina irão a Madri para participar na próxima semana, com o papa Bento XVI, das celebrações da 26ª Jornada Mundial da Juventude.

A organização prevê que 1,5 milhão de jovens se reunirão na capital espanhola entre 18 e 21 de agosto para o encontro com o papa, dos quais mais de 400 mil serão latino-americanos.

Os brasileiros são os mais numerosos, com um total de 13.472 inscritos oficialmente, segundo dados oferecidos pelos organizadores da Jornada Mundial da Juventude. O México ocupa a segunda posição, com 7.017 inscritos, seguido por Argentina (6.484), Venezuela (5.527) e Colômbia (3.685). Há que se ressaltar, porém, que estes números indicam apenas os registros oficiais, e que o total de participantes costuma ser o triplo destes dados.

Os jovens latino-americanos se reunirão em Madri com espanhóis e pessoas procedentes de outros países do mundo. Segundo os dados dos organizadores, por nacionalidades, sem contabilizar os espanhóis, os mais numerosos serão os italianos - calcula-se que participarão cerca de 100 mil -, seguidos por franceses, poloneses, alemães e americanos.

Desde que começou o período de inscrição, em 1º de julho de 2010, a capital espanhola se preparou para receber todos os peregrinos que participarão dos atos religiosos programados.

Para alojar os fiéis vindos do mundo todo, a organização do evento habilitou 693 centros públicos, 790 espaços privados e outros 3,5 mil espaços, como pavilhões esportivos, paróquias e colégios.

Os participantes serão atendidos por cerca de 30 mil voluntários, 4 mil deles estrangeiros, que estão se preparando há quase dois anos para receber e informar os peregrinos.
Eles também farão tarefas de tradução e logística e se ocuparão de acompanhar as autoridades e da coordenação de grupos.

A organização da Jornada Mundial da Juventude se adaptou às novas tecnologias e utilizou o Facebook (com páginas em 21 idiomas), o Twitter, o Orkut, entre outras redes sociais.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Jovens em Madri "repicarão" seus celulares para receber Bento XVI

Os organizadores da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Madri 2011 propuseram aos participantes deste evento que baixem um ringtone de sinos para dar as boas-vindas ao Papa Bento XVI, quando ela atravessar a Porta de Alcalá, no próximo 18 de agosto.

Esta iniciativa coincidirá com o repique de sinos de todas as paróquias de Madri que soarão quando o Papa cruzar o histórico monumento, uma das cinco antigas portas reais que davam acesso à cidade.
O cruzamento da Porta de Alcalá, que Bento XVI fará acompanhado de alguns jovens participantes da JMJ, está programado para as 19h15 (hora local), após o qual Bento XVI presidirá a festa de acolhida dos jovens na Plaza de Cibeles e lhes dirigirá um discurso.

Esta iniciativa se acrescenta àquela já anunciada no fim de julho pelo Bispo Auxiliar de Madri e Coordenador Geral da JMJ, Dom César Franco, quem solicitou aos párocos da arquidiocese tocar os sinos quando o Papa aterrisse em Madri no dia 18 de agosto, aproximadamente ao meio-dia.

A idéia, informou Europa Press, será dar a conhecer que o Papa já chegou a Madri, demonstrar a Bento XVI o carinho e agradecimento da Igreja em Madri, e dar um tom festivo ao evento desde o início.

Antigamente, a Porta de Alcalá dava acesso aos que entravam em Madri provenientes da França, Aragón ou da Catalunha. Na atualidade se encontra localizada junto à Fonte de Cibeles e ao Parque do Retiro.

Foi construída por mandato de Carlos III para substituir outra porta que existia desde o século XVI. O desenho e obra pertence ao arquiteto italiano Francesco Sabatini.

Vaticano aceita pedido de beatificação de freira mineira

A Congregação das Causas dos Santos do Vaticano aceitou o pedido para o início do processo beatificação de Madre Tereza do Coração de Maria, que fundou o Carmelo São José, em Minas Gerais. Ela morou em Três Pontas, na região sul do Estado, durante 43 anos. Agora, a religiosa, que morreu em 14 de novembro de 2005, pode se tornar beata. No carmelo que ela fundou em julho de 1962, moram 19 irmãs que vivem enclausuradas. As informações são da EPTV.

O nome de batismo de Madre Tereza era Maria Luisa Resende Marques, que decidiu seguir a vida religiosa entrando para a Congregação das Carmelitas aos 21 anos de idade. Além dela, outros quatro religiosos estão com o processo de beatificação em andamento no sul de Minas Gerais: Monsenhor Alderije (Santa Rita de Caldas), Padre Vítor (Três Pontas), Nhá Chica (Baependi) e Irmã Carmelita Madre Maria Imaculada (Pouso Alegre).

REFLEXÃO PARA O 19º DOMINGO DO TEMPO COMUM




Cidade do Vaticano - Todos nós já vivemos momentos de tensões, de adversidades, de solidão. A liturgia deste domingo quer nos situar a Presença e a ação do Senhor, ao nosso lado, quando experienciamos essas situações adversas.

Dentro de uma situação de perseguição por ter se mantido fiel a Deus e por ter lutado pela preservação do autêntico culto, o Profeta Elias sofre bastante e tem de fugir. Deus não o livra de situações dolorosas, mas se manifesta de modo firme e com linguagem diferente da dos opressores. Deus se torna presente a Elias através de uma brisa leve. Isso nos fala a primeira leitura, extraída do 1º Livro dos Reis.

Esta página do Evangelho, cap. 14 de Mateus, nos apresenta Jesus fazendo com que seus discípulos experimentem situação adversa. O Senhor proporciona aos Apóstolos a experiência de confiarem n’Ele, de sentirem-se seguros, em meio a situações adversas, apenas em Sua Palavra.
Eis a cena: após a multiplicação dos pães e dos peixes, após ter curado as pessoas, Jesus impele, leva os discípulos a embarcarem e a aguardá-lo na outra margem. Os Apóstolos estão alegres e confiantes. O Mestre fez belo discurso, curou os doentes, deu comida para todos e agora vai rezar. Eles sentem-se obrigados a deixar aquele que é o porto seguro e a atravessarem sozinhos o mar, viver uma situação de risco e até de desamparo. Contudo, o Mestre avisou que se encontrariam no outro lado. Portanto, não foi uma despedida, mas um até logo, apesar de terem a missão de atravessar a zona tenebrosa do mar, já dentro de um horário em que a luz diminuía e se dirigindo para uma região pagã.

Jesus permanece em oração, certamente pedindo ao Pai para fortalecer aqueles que Ele lhes dera.

No meio da noite, no meio do escuro, da incerteza, da dúvida, a barca onde estão os discípulos é agitada pelo vento. É a turbulência! No trabalho, na família, nos relacionamentos, na vida pública, as turbulências se fazem presentes e colocam à prova nossas certezas, nossas seguranças, sejam físicas, psíquicas ou espirituais. Os discípulos, já amedrontados, gritam de pavor quando avistam no mar um vulto. O medo é tamanho que são incapazes de refletir que Jesus já demonstrara amá-los e exercer seu poder para preservá-los. Gritam de medo!

Jesus, o Príncipe da Paz, faz jus ao seu nome e anuncia: “Tende confiança, sou eu, não tenhais medo!” Apesar do que vê, apesar das experiências passadas, Pedro ainda pergunta pedindo prova: “Senhor, se és tu, manda que eu vá ao teu encontro sobre as águas.” Jesus diz sim e Pedro começa a caminhar, mas quando o vento sopra, surge a insegurança e Pedro começa a afundar. Ele acredita mais na força do perigo da água do que na Palavra de Jesus. Confia mais na insegurança, no poder da fragilidade, do que no amor de Jesus.

A dúvida o fez afundar e o mesmo acontece conosco! Quem não arrisca, afunda sempre!
Aí ele grita pedindo socorro. Jesus estende a mão e o repreende: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?”

Jesus sobe à barca e o vento cessa. Quando temos consciência de que Jesus está conosco, de que ele é o Emanuel, todo e qualquer perigo desaparece de nossa mente. A certeza da presença, do companheirismo de Jesus é determinante para atraversarmos qualquer turbulência.
Certos disso, os Apóstolos deram glória a Deus ao se prostrarem e professarem a fé: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus”!

Vivamos na fé.
O Senhor é nosso companheiro por toda a vida. Em qualquer situação que estejamos vivendo, Jesus está ao nosso lado e pede ao Pai por nós, para que sejamos fiéis a Ele, para que saibamos que nada de mal nos poderá suceder porque Deus está conosco!

Vivamos nossa vida, cumpramos nossa missão, atravessemos com garbo as dificuldades, certos de que jamais estamos sozinhos. Poderemos fazer tudo isso não baseados em nós mesmos, mas no poder de Deus. “Quando sou fraco, então é que sou forte!

Confira as Intenções de Oração do Papa para o mês de agosto

As intenções de oração do Papa Bento XVI para o mês de agosto têm o foco na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2011 e nos cristãos do Ocidente.

Como intenção geral, o Santo Padre pede "para que a Jornada Mundial da Juventude, que se realiza em Madri, encoraje todos os jovens do mundo a fortalecer e fundar a sua vida em Cristo". Na intenção missionária, Bento XVI reza "para que os cristãos do Ocidente, dóceis à ação do Espírito Santo, reencontrem o vigor e o entusiasmo de sua fé".

Todos os meses, o Pontífice confia suas intenções ao Apostolado da Oração, uma iniciativa que é seguida por milhões de pessoas em todo mundo.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Chamado para ser um servo de Deus, um sacerdote, um Pai


O Dia do Padre é celebrado oficialmente em 4 de agosto, data da festa de São João Maria Vianney, desde 1929, quando o Papa Pio XI o proclamou "homem extraordinário e todo apostólico, padroeiro celeste de todos os párocos de Roma e do mundo católico".
Padroeiro é o representante de uma categoria de pessoas, cuja vida e santidade comprovadas estimulam a uma vida de fé em comunhão com a vontade de Deus. Tendo em vista essa explicação, vamos entender por que a Igreja o escolheu como exemplo a ser seguido pelos sacerdotes, na condução de seus rebanhos.

Esse santo homem nasceu na França, no ano de 1786, e depois de passar por muitas dificuldades, por conta das poucas habilidades, foi ordenado sacerdote. Mas o bispo que o ordenou acreditou que o seu ministério não seria o do confessionário, entendendo que sua capacidade intelectual seria muito limitada para dar conselhos.

Então, ele foi enviado para a pequenina Ars, no interior da França, como auxiliar do padre Balley, o mesmo que vislumbrou, por santa inspiração, seu dom de vocação, e por confiar nele o preparou para o sacerdócio. E esse pároco, outra vez inspirado, acreditou que o dom dele [São João Maria Vianney] era justamente o do conselho e o colocou servindo no confessionário.

Assim, padre João Maria Vianney, homem justo, bom, extremado penitente e caridoso, converteu e uniu toda Ars. Amado e respeitado por todos os fiéis e pelo clero da Igreja, sua fama de conselheiro correu por todo o mundo cristão. Assim, ele se tornou um dos mais famosos confessores da história da Igreja. Conhecido também como “Cura d’Ars”, mais tarde, foi o pároco da cidade, onde morreu em 1858, sendo canonizado em 1925.

Sem dúvida, São João Maria Vianney é o melhor exemplo das palavras profetizadas pelo apóstolo Paulo: "Deus escolheu os insignificantes para confundir os grandes". Ser padre é isso, exatamente a vida inteirinha do seu padroeiro.

Ele entende o chamado para ser um servo de Deus, um sacerdote, um "pai" (padre) à semelhança de Cristo, que amou e deu a vida ao povo pobre, simples e marginalizado. Nunca hesita. Tudo aceita, confia e acredita em Deus e na sua Providência, e caminha seguro para missão que lhe é designada.

A vida simples e a simplicidade dos ensinamentos Jesus Cristo são o fundamento do seu ministério, único parâmetro e exemplo a seguir. A sua tarefa é continuar a missão de Jesus Cristo, o único e eterno Sacerdote. É o padre, que através do Evangelho, leva os homens a Deus, pela conversão da fé em Cristo. Por isso, são pessoas que nascem com esse dom e, logo cedo ou no momento oportuno, ouvem o chamado de Deus para se consagrarem a servir à comunidade, nos assuntos que se referem a Ele.

Ser padre é ser "pai" de uma comunidade inteira. Como tal, é o homem da Palavra de Deus, da Eucaristia, do perdão e da bênção, exemplo de humildade, penitência e tolerância; o pregador e conversor da fé cristã. Enfim, um comunicador e entusiasta da Igreja, que luta por uma vivência cristã mais perfeita. Dessa Igreja missionária, que não sobreviveria sem o sacerdote, como indicou o próprio Jesus Cristo, seu fundador pela Paixão por nós.

Sua missão é construir comunidades, entender a alma humana e perdoar os pecados, evangelizar, unir e alimentar a comunidade pela Eucaristia. Entendem, como diz Lucas 21, 15: "Eu vos darei eloqüência e sabedoria, às quais nenhum de vossos adversários poderá resistir nem contradizer" , e são verdadeiras testemunhas da fé, por sua oração, sacrifício e coragem cristã.

Dom Demétrio Valentini
Bispo Diocesano de Jales (SP)



Frases do Patrono dos Sacerdotes, São João Maria Vianney :


Parabenize o seu pároco

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