segunda-feira, 31 de outubro de 2011

PAPA CONDENA ASSASSINATOS EM RITUAIS NA ÁFRICA


CIDADE DO VATICANO (ANSA) - O papa Bento XVI pediu [...] um "esforço conjunto" entre Igreja, sociedade civil e governos contra os "assassinatos" de "crianças e anciãos" para rituais de magia em Angola e nas regiões africanas.
Em encontro com bispos angolanos, o Pontífice classificou as mortes como uma "calamidade", argumentando que "a vida humana é sagrada em todas as suas fases e situações".

Ele classificou os rituais de magia como um "problema regional" e disse que é "oportuno um esforço conjunto da comunidade eclesiástica contra esta calamidade, tentando determinar o significado profundo desta prática, identificar nelas os riscos pastorais e sociais para elaborar um método que conduza a sua definitiva erradicação, com a colaboração dos governos e da sociedade civil".
"Continuem, caros bispos, a levar vossa voz a favor das vítimas", incitou o líder máximo da Igreja Católica.
Joseph Ratzinger observou ainda que, na África, "o coração dos batizados" fica "dividido entre o cristianismo e as religiões tradicionais africanas" e "aflito por problemas existenciais".
Os cristãos, afirmou, "sobrem as mesmas pressões dos costumes da sociedade em que vivem", mas "são chamados a renunciar a tendência nociva imperante e a caminhar contra a corrente", acrescentou.
Bento XVI lamentou a falta de sentimento do "valor da família, insubstituível para a coesão do edifício social", e pediu aos bispos que cuidem da formação dos cônjuges a favor da "maturidade humana e espiritual necessária". (ANSA)

O que o Encontro de Assis foi... O que não foi...

O que houve em Assis, nesta semana, no encontro do Papa com líderes de todas as principais religiões do mundo e com alguns agnósticos?
O Papa quis mostrar que a religião, quando bem compreendida, não leva à violência, mas é caminho de humanização.

Os vários líderes estavam ali para proclamarem juntos que o homem foi feito para o Infinito, para Algo Mais; estavam ali para dizerem que não crer em nada e se contentar com isto não é o normal do humano, não é humanização, mas diminuição da humanidade.
Estavam ali, os líderes religiosos para dar um exemplo de tolerância, de respeito pela consciência do outro e do modo como o outro vive sua experiência religiosa. Estavam ali para se comprometerem com a paz.
O que eles não fizeram ali?
Não rezaram juntos, pois não creem no mesmo deus.
Não rezaram juntos, porque seria um faz-de-conta e um desserviço ao sentido verdadeiro do que é a religião – que não é relativismo nem sincretismo, mas certeza de uma Verdade.
Ao invés da oração conjunta, fizeram todos um momento de silêncio para uma reflexão ou uma oração pessoal de acordo com sua crença...
Não se tenha dúvida: crer é melhor que não crer! Se é verdade que somente o cristianismo é a religião verdadeira e somente na Igreja católica subsiste a Igreja de Cristo, não é menos verdade que é mais humano professar uma crença religiosa e toda religião exprime a bendita saudade que todo ser humano tem do Infinito. Eis Assis. Só isto, tudo isto, nada mais que isto!
Texto retirado do blog de Sua Excelência Reverendíssima Dom Henrique Soares da Costa

A importância da imperfeição / Colóquio de médicos católicos no Parlamento Europeu

BRUXELAS (ZENIT.org) – No dia 21 de outubro, um interessante colóquio no Parlamento Europeu abordou “a fragilidade humana na sociedade europeia contemporânea”. Organizado pela Federação Europeia de Associações Médicas Católicas, o tema foi tratado não só do ponto de vista médico, mas também filosófico, econômico, social e antropológico.

O encontro apresentou um painel de oradores renomados e um auditório atento, segundo a agência belga catho.be.
O tema é de interesse na atual crise da Europa. Evocar a fragilidade do homem pode ser um modo de mudar de direção num mundo que só fala de prazeres, segurança e sucesso pessoal. E na onda da crise, que evidencia a fragilidade do atual sistema bancário do velho continente, o tema tem especial ressonância.
Médicos, economistas, filósofos e religiosos se sucederam na tribuna para fazer constatações que impressionaram os presentes. “Reconhecemos as fragilidades econômicas e financeiras. Nunca a fragilidade humana”, disse o doutor Xerri, primeiro e último expoente. “O mundo moderno vive com o ressentimento de ter nascido”, completou pouco mais tarde Dom Ide, citando Hannah Arendt.
Na mesma linha, Dominique Lambert, professor de filosofia em Nôtre-Dame de Namur, falou de um homem “que parece cansado de ser humano”. Pior ainda: existiria, segundo o doutor Bernard Ars, um “risco de deriva eugênica de uma medicina que já não estaria interessada nas fragilidades”. “A consciência da fragilidade pode ser libertadora”, acrescentou.
Apesar do panorama, o colóquio não deixou um gosto pessimista. Insistiu na fé no homem, fé no poder dos frágeis. O dos recém-nascidos é o mais evidente, recordou o professor Le Pichon, numa intervenção que foi a mais comovente (com os “instantes frágeis” de Régis Defurnaux, um testemunho sobre cuidados paliativos no Lar São Francisco de Namur).
Especialista em geodinâmica, o professor Xavier Le Pichon sublinhou a importância das fraquezas e das imperfeições em qualquer sistema vivo e mesmo na tectônica de placas, assunto em que é especialista mundial. O autor de Aux racines de l’homme destacou que uma sociedade é humana quando se ocupa dos que sofrem.
A este respeito, foi rememorado o histórico descobrimento da tumba de Shanidar, que permite aos paleoantropólogos afirmar que os neandertais, até agora considerados como pré-humanos, cuidavam dos seus feridos e por isto se tornavam humanos.
“É o encontro com o homem que sofre o que constitui a humanidade”, explicou o professor do Colégio de França, “e o homem não para de reinventar a sua humanidade ao ter que encarar as fragilidades”.
Pierre Granier, autor da crônica do evento, a encerra com uma pergunta candente: “Vamos nos atrever a dilapidar uma herança de ao menos sessenta mil anos?”.

Nomeada Comissão Especial da CNBB para a JMJ 2013

BRASÍLIA (ZENIT.org) – Nesta quinta-feira, 27 de outubro, a presidência da CNBB nomeou a Comissão Especial para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Esta comissão e suas equipes, cujas possibilidades principais dizem respeito à Peregrinação da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora e à Pré-Jornada, trabalharão integradas ao Comitê Organizador Local (COL) da JMJ da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Compõem a Comissão:
Dom Leonardo Steiner (Coordenador)
Dom Eduardo Pinheiro da Silva (Secretário Geral)
Dom Joaquim Giovani Mol
Pe. Antonio Ramos do Prado
Pe. Carlos Sávio da Costa Ribeiro
Sr. Francisco Vitor Bouisson
Sr. Hugo José Sarubbi Cysneiros Oliveira
Ir. Maria Eugênia Lloris
Ir. Roziana Abílio Freire
Pe. Valdeir dos Santos Goulart
Sr. Vitor César do Carmo Dalmas
As Equipes de Trabalho serão coordenadas por: Pe. João Carlos Almeida, Pe. Sérgio Lúcio A. Costa, Sr. José Wilde Alencar dos Santos, Sr. André Jorge Simão e Pe. Alex Cordeiro. Junto a estas Equipes trabalharão vários outros jovens e adultos.

sábado, 29 de outubro de 2011

Halloween: a Vigília de Todos os Santos!

 
Halloween (All Hallow’s Eve, Vigília de Todos os Santos) não é satânico coisa nenhuma.
É um dia que celebra a Vigília de Todos os Santos. E os católicos irlandeses é que começaram a se vestir de diabo e bruxas. Sabem por quê? Para debochar do paganismo, para mostrar, num jeito bem celta, que os “antigos costumes” não valem nada, que o diabo não tem poder sobre Cristo. E também para manter o seu folclore (duendes, gnomos etc – mas tudo folclore, eles não acreditam nisso).
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O Halloween é a cristianização da festa pagã anterior, dos celtas, mas não é paganismo na Igreja. Até porque o festival pagão se chamava Samhain. Halloween é nome católico.
Identificar o Halloween com paganismo, como se fosse errado e satânico, é coisa recente. Fantasiar-se de bruxa é algo muito católico.
O fantasiar-se de monstro e bruxa pode até ter começado com os pagãos (mas no Samhain, não no Halloween). De qualquer forma, os católicos adotaram esse costume, mas mudando a finalidade: manifestar a supremacia de Cristo sobre o paganismo, do qual debochavam pelo uso de máscaras (inclusive de bruxas, que eram as sacerdotisas do druidismo celta).
Pagãos não teriam que se vestir de bruxas, pois eles eram adeptos da religião das mesmas (seria como se os católicos se vestissem de padre, coisa sem função). Eles se vestiam é de monstros. Nós adotamos o tal costume e ainda nos vestimos de bruxa, para debochar do paganismo.
Festas semelhantes existem no Peru e na Colômbia, com máscaras indígenas pagãs, mas para igualmente debochar do paganismo. E a Igreja lá nunca proibiu (como a da Irlanda também nunca proibiu as máscaras de Halloween).
Só considero que seja estranho esse costume no Brasil, pois não é parte de nossa cultura. Nos EUA, tudo bem, porque os irlandeses foram em massa para lá. Mas aqui? Se querem debochar do capeta e, ao mesmo tempo, celebrar o folclore, o mais sensato seria nos vestirmos de saci-pererê e mula-sem-cabeça.
A coisa é muito simples. O que significa “All Hallows Eve” (de onde vem a contração “Halloween”)? Significa “Vigília de Todos os Santos”. Era uma festa cristã, que constava do calendário litúrgico até a reforma de 1962. Logo, é uma festa cristã, não pagã. Uma cristianização do antigo Samhain (esse, sim, pagão).
Já o vestir-se de bruxa é um deboche do paganismo.
Agora se alguém faz isso para brincar de bruxo, sinto muito. Não tira a origem cristã nem da festa nem do costume.
O Halloween foi criado para combater o Samhain, esse sim um dia pagão. O Halloween é o Samhain batizado, cristianizado, purificado. Se outros o paganizaram novamente, isso é outro problema. Mas a festa é nossa!
O Natal, por exemplo, está extremamente comercial, e mesmo em alguns países é totalmente laicizado, sem nenhuma referência a Jesus. Se a moda pega, e os pagãos assumem o Natal para eles (até porque a origem também é pagã, como o Samhain), deixaremos de comemorar?
Assim como o Dia do Sol foi cristianizado e se transformou no Natal, o Samhain foi cristianizado também e se transformou no Halloween (All Hallows Eve – Vigília de Todos os Santos). Ou seja, o pagão é o Dia do Sol, e é o Samhain. Se evitarmos o Halloween por ser originado do Samhain, evitemos o Natal por ter sido o Dia do Sol. O raciocínio é IDÊNTICO!
Estamos fazendo com o Halloween, festa católica, o mesmo que fazem os testemunhas de Jeová com o Natal.
Concordo que o Halloween tenha sido deturpado por grupos esotéricos, por sua origem ser o Samhain, mas a resposta católica será repudiar uma festa que é nossa? Então, se inimigos da Igreja se apropriarem do Natal, deturparem-no e retomarem para si por causa de sua origem no Dia do Sol, passaremos a não mais comemorar o Nascimento do Salvador?
Ou vamos negar que a Vigília de Todos os Santos (All Hallows Eve, em inglês, cuja contração fica Halloween) seja uma festa católica? Festejar todos os santos é coisa pagã? Não confundam: o Samhain é pagão, porém o Halloween é católico. Agora, se os pagãos “seqüestraram” o Halloween para eles nos dias de hoje, isso é outro assunto.
Abram um calendário litúrgico anterior ao código de rubricas de João XXIII, e verão no dia 31 de outubro: “Vigília de Todos os Santos”. Se for em inglês estará “All Hallows Eve, also know as Halloween”.
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No fundo, a grande questão é se é lícito ou não aderir a essa festa. E é, porque é católica!
E se é lícito ou não fantasiar-se de bruxa, duende, vampiro. E é, pois tanto a origem é católica (irlandesa), quanto o fim pode ser neutro (crianças brincando de assustar) ou bom (debochar do paganismo). Se o fim for ruim (exaltar o paganismo, ou festejar o Samhain disfarçado em festa católica), é errado.
Alguém poderia contrapor: “A expressão “Dia das bruxas”, considerada atualmente como sinônimo fosse de Halloween, dá a idéia de um dia em que as mesmas são homenageadas ou debochadas???”
Dá a impressão que são homenageadas, eu sei. É por isso que insisto em “Halloween”, pois é o nome católico, e não em “Dia das bruxas”.
Aliás, nos EUA eles não chamam de “Dia das Bruxas”. Essa tradução portuguesa é mal feita e desconexa com a realidade. Lá é Halloween, pura e simplesmente. Se aqui querem traduzir, que traduzam direito: “Vigília de Todos os Santos”. Ou deixem em inglês mesmo: “Halloween”. Aqui no Brasil é que se inventou uma tradução ridícula e sem sentido como “Dia das bruxas”.
Um artigo da Quadrante confirma o que eu digo!
Algumas linhas, enfim, do conhecido apologista católico, Prof. Carlos Ramalhete, sobre o tema:
“As fantasias de seres malignos postas em crianças é uma forma de mostrar como eles são fracos e ridículos (como as crianças, que na Europa são tradicionalmente vistas como adultos que ainda não estão “prontos”). As fantasias de Halloween têm, assim, um sentido simbólico mais ou menos parecido com o uso de fantasias de políticos no Carnaval brasileiro.
Como, contudo, com a descristianização da sociedade americana houve um ressurgimento dos medos pagãos, atribuindo aos demônios poderes maiores que a realidade, criando-se novas formas de culto demoníco (Wicca, etc.), no que a visão calvinista de mundo não ajudou pouco (basta lembrar-se do episódio das Bruxas de Salém para ver este medo em ação), esta festa derivou até ter par alguns o significado presente de celebração da bruxaria. O que era ridículo tornou-se “mágico”, o que era uma demonstração de fraqueza tornou-se demonstração de força.
Podemos assim dizer que o Halloween atualmente adicionou conotações não-cristãs a uma festa cristã (a festa celta foi completamente perdida e submergida no cristianismo, como a nossa festa de S. João – originalmente data magna da comemoração celta do solstício de verão -, o uso de alianças de casamento, etc.). Estas conotações, porém, dentro do “mainstream” americano, não tem em absoluto um sentido de protesto aberto contra a Igreja, sendo apenas uma festa algo farsesca (logo ainda preservando algo do espírito cristão original). Apenas alguns amalucados (Wiccans e outros) a vêem como celebração da bruxaria e não como uma espécie de Carnaval.”
Evidentemente, não estamos, com isso, de modo algum, legitimando o abuso que hoje se faz em relação à data.
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Comentário litúrgico:
Mesmo entre os que usam o Missal e o breviário de 1962 (forma extraordinária, portanto), não existe mais a “Vigília de Todos os Santos”. Liturgicamente, então, não há como comemorar “Halloween” nem na forma ordinária, nem na extraordinária.
Todavia, embora não haja Missa ou Ofício próprios no dia 31 de outubro (ou no sábado anterior ao Domingo para o qual a Solenidade de Todos os Santos é transferida, onde ela o é, como no Brasil), pode-se aproveitar para reunir os fiéis na recitação pública das I Vésperas de Todos os Santos. Não é A Vigília de Todos os Santos, como um dia assinalado no calendário, mas não deixa de ser UMA vigília (não em preparação, mas a própria festa, como já é I Vésperas). Não há Missa específica da vigília, contudo se pode celebrar publicamente as I Vésperas, com grande solenidade, paramentos brancos, e mesmo Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento. Um Ofício público das Vésperas diante do Santíssimo exposto seria uma grande oportunidade para, na Igreja, celebrar bem o “Halloween”.
Após as Vésperas, pode-se, ainda diante do Santíssimo e antes de dar a bênção, no tempo previsto para a adoração, recitar a Ladainha de Todos os Santos, prevista no Ritual Romano.
Uma atividade “para-litúrgica”, outrossim, pode ser feita em sua igreja, família ou comunidade religiosa, com textos da antiga Liturgia das Horas pré-1962, retirando toda e qualquer idéia que vincule tal atividade à liturgia. Os textos de antigas liturgias não são mais litúrgicos, porém podem ser usados como devoção pessoal.
E, depois da liturgia ou para-liturgia, se quiserem as crianças se fantasiar e pedir doces, que o façam, sendo-lhes explicado o sentido de tudo isso que acabamos de expor.

Bento XVI pede que cresça a amizade entre os homens

O Papa Bento XVI recebeu em audiência no Vaticano os participantes da Jornada de Reflexão, Diálogo e Oração pela Paz e Justiça no Mundo, que aconteceu nesta quinta-feira, 27, em Assis (Itália).
A audiência ocorreu na Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano, na manhã desta sexta-feira, 28. Logo após, o secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, ofereceu um almoço aos membros das Delegações no Átrio da Sala Paulo VI.
"Em certo sentido, este encontro [de Assis] é representativo dos bilhões de homens e mulheres que, em todo o nosso mundo, estão ativamente engajados na promoção da justiça e da paz. É também um sinal da amizade e fraternidade que floresceu como fruto dos esforços de muitos pioneiros neste tipo de diálogo. Possa esta amizade continuar a crescer entre os seguidores das religiões do mundo e com os homens e mulheres de boa vontade em toda parte", ressaltou o Pontífice.
Além de a seus irmãos cristãos e ao povo judeu, o Papa agradeceu aos representantes das diversas religiões que vieram de longe e empreenderam uma viagem exigente. "Expresso a minha gratidão também para com aqueles que representam as pessoas de boa vontade que não seguem uma tradição religiosa, mas estão comprometidas com a busca da verdade. Eles estiveram dispostos a compartilhar conosco desta peregrinação como um sinal de seu desejo de trabalhar juntos para construir um mundo melhor", disse.
"Olhando para trás, podemos apreciar a visão do falecido Papa João Paulo II em convocar o primeiro encontro de Assis, e a necessidade contínua de homens e mulheres de diferentes religiões testemunharem que a viagem do espírito é sempre um caminho de paz", indicou.
Bento XVI salientou que é significativo para a causa da paz que tantos homens e mulheres, inspirados por suas convicções mais profundas, estejam empenhados em trabalhar para o bem da família humana.
"Tenho certeza de que o encontro de ontem deu-nos uma noção de o quanto seja genuíno o nosso desejo de contribuir para o bem de todos os nossos companheiros seres humanos e o quanto temos a compartilhar um com o outro. À medida que seguimos nossos caminhos separados, busquemos força desta experiência e, onde quer que estejamos, continuemos a atualizá-la no nosso caminho que conduz à verdade, a peregrinação que conduz à paz. Agradeço a todos vós de todo o meu coração!", concluiu.
Fonte: Canção Nova

As religiões jamais podem ser motivo de violência. Os credos e o diálogo inter-religioso são e devem ser baseados na paz.

Discurso de Bento XVI em Assis: Papa fala sobre as tipologias da violência no mundo de hoje

Cidade do Vaticano (RV) - As religiões jamais podem ser motivo de violência. Os credos e o diálogo inter-religioso são e devem ser baseados na paz.

Foi a evocação feita por Bento XVI, nesta quinta-feira, em Assis, diante dos expoentes de todas as religiões do mundo, e de um grupo de agnósticos, por ocasião de uma nova Jornada mundial de oração e de reflexão pela paz, à distância de 25 anos do histórico encontro realizado por iniciativa de João Paulo II.
O Papa e os cerca de 300 participantes do encontro "Peregrinos da verdade, peregrinos da paz" chegaram pela manhã à cidade de São Francisco a bordo de um trem.
O Pontífice viajou no vagão 2, localizado na parte traseira do trem, com o Cardeal Secretário de Estado Tarcísio Bertone, acompanhado do Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, e de outros renomados expoentes das religiões mundiais. O trem chegou a Assis às 9h45 locais.
No final  manhã, o Santo Padre dirigiu-se aos participantes na Jornada de Reflexão em Assis. O Pontífice iniciou seu discurso lembrando que “passaram-se vinte e cinco anos desde quando, pela primeira vez, o beato Papa João Paulo II convidou representantes das religiões do mundo para uma oração pela paz em Assis”. E então pôs as questões: “o que aconteceu desde então? Como se encontra hoje a causa da paz?”.
“Naquele momento – disse o Papa -, a grande ameaça para a paz no mundo provinha da divisão da terra em dois blocos contrapostos entre si. O símbolo saliente daquela divisão era o muro de Berlim que, atravessando a cidade, traçava a fronteira entre dois mundos. Em 1989, três anos depois do encontro em Assis, o muro caiu, sem derramamento de sangue. Inesperadamente, os enormes arsenais, que estavam por detrás do muro, deixaram de ter qualquer significado. (…) Enfim, a vontade de ser livre foi mais forte do que o medo face a uma violência que não tinha mais nenhuma cobertura espiritual”.
Bento XVI continuou afirmando que, desde então, “infelizmente, não podemos dizer que desde então a situação se caracterize por liberdade e paz. Embora a ameaça da grande guerra não se aviste no horizonte, todavia o mundo está, infelizmente, cheio de discórdias”. Então o Papa falou sobre o terrorismo, e deste ressaltou a motivação religiosa que, muitas vezes, serve como justificativa para o que o classificou de “crueldade monstruosa, que crê poder anular as regras do direito por causa do «bem» pretendido”. “Aqui a religião não está ao serviço da paz, mas da justificação da violência”. E acrescentou: “o que os representantes das religiões congregados no ano 1986, em Assis, pretenderam dizer – e nós o repetimos com vigor e grande firmeza – era que esta não é a verdadeira natureza da religião. Ao contrário, é a sua deturpação e contribui para a sua destruição”.
O Santo Padre falou sobre uma segunda tipologia de violência, ou seja, “a consequência da ausência de Deus, da sua negação e da perda de humanidade que resulta disso”. “Aqui, porém, não pretendo deter-me no ateísmo prescrito pelo Estado – fez a ressalva -, queria, antes, falar da «decadência» do homem, em consequência da qual se realiza, de modo silencioso, e por conseguinte mais perigoso, uma alteração do clima espiritual. A adoração do dinheiro, do ter e do poder, revela-se uma contra-religião, na qual já não importa o homem, mas só o lucro pessoal”.
Então o Papa falou sobre o mundo do agnosticismo, que destacou estar em expansão. “Tais pessoas não se limitam a afirmar «Não existe nenhum Deus»”, disse o Santo Padre, mostrando que elas estão em busca da verdade e do bem, andando em direção à Deus portanto. “Colocam questões tanto a uma parte como à outra – afirmou o Pontífice. Aos ateus combativos, tiram-lhes aquela falsa certeza com que pretendem saber que não existe um Deus, e convidam-nos a tornar-se, em lugar de polêmicos, pessoas à procura, que não perdem a esperança de que a verdade exista e que nós podemos e devemos viver em função dela”.
Bento XVI ainda chamou a atenção para o fato de que os agnósticos “chamam em causa também os membros das religiões, para que não considerem Deus como uma propriedade que de tal modo lhes pertence que se sintam autorizados à violência contra os demais”.
Concluindo, o Papa assegura de que “a Igreja Católica não desistirá da luta contra a violência e do seu compromisso pela paz no mundo”.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011



O Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e recordará tudo o que vos tenho dito” (João 14,25).

Antes de Jesus sofrer a Sua Paixão, na noite da despedida, naquela última Santa Ceia memorável, deixou bem claro aos apóstolos que eles teriam a assistência permanente do Espírito Santo. Sinta-se um instante naquela Ceia e ouça-O falar naquela noite memorável da despedida: “Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Paráclito (Defensor), para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós” (João 14, 15-17).

Ora, como poderia a Igreja Católica se desviar do caminho de Deus se o Espírito da Verdade está nela e, com ela, desde o começo, e nela “permanece” sempre? Será que essa Promessa de Jesus não se cumpriu? Será que o Senhor mentiu naquela noite memorável? Não! Jesus foi enfático, o Espírito Santo não só “permanecerá convosco”, mais ainda: “estará  em vós”, eternamente.

Na mesma noite da despedida, Jesus ainda disse aos apóstolos: “Disse-vos estas coisas enquanto estou convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e recordará tudo o que vos tenho dito” (João 14,25).

Ora, como pode a Igreja se enganar na sua missão de levar os homens a Deus se o Senhor lhe prometeu na última noite: o Espírito Santo “ensinar-vos-á todas as coisas”? Observe que Cristo colocou o verbo no futuro: “ensinar-vos-á”; quer dizer: todos os dias daquele dia em diante, até Ele voltar. Ele continua a ensinar a Igreja, e a Igreja aos homens.

Nem tudo que a Igreja acredita está na Bíblia, muitas coisas o Espírito Santo ensinou para ela [Igreja] no decorrer dos séculos: é a Sagrada Tradição. É por isso que cremos nos dogmas ensinados pela Igreja hoje e sempre.

Aqueles homens simples da Galileia não tinham condições de assimilar todas as verdades da fé, toda a teologia que hoje a Igreja conhece (dogmática, cristologia, liturgia, mariologia, pneumatologia, escatologia, exegese bíblica…), depois de muito estudo e reflexão. Jesus, então, lhes explicou que o Espírito Santo de Deus, o Espírito da Verdade, os guiaria à verdade no futuro. Como poderá, então, a Igreja errar se o Senhor lhe prometeu que o Seu Santo Espírito da Verdade “ensinar-vos-á toda a verdade”, desde o começo? Note que o verbo está no futuro.

Uma grande prova de que a Igreja Católica não erra, no essencial, é que, em toda a sua longa história de 2 mil anos, nunca um Papa revogou um ensinamento sobre a fé ou a moral de um antecessor seu. O mesmo aconteceu com os 21 Concílios ecumênicos (universais) que a Igreja já realizou; nunca um Concílio revogou um ensinamento de fé de outro anterior. Esta é a marca do Espírito Santo na Igreja: não há contradição.

“Fora da Igreja não há salvação”, diziam os Santos Padres dos primeiros séculos da Igreja. E o Catecismo da Igreja Católica (CIC) explica o que isso significa: “Toda salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é o seu Corpo” (CIC § 846). Logo, sem a Igreja não pode haver salvação. Mesmo os não cristãos, sem culpa, podem se salvar se viverem de acordo com sua consciência, são salvos por meio da graça concedida à Igreja. Aqueles que, conscientemente, rejeitarem a Igreja, rejeitarão também a salvação. Jesus afirmou aos apóstolos, hoje nossos bispos: “Quem vos ouve, a Mim ouve, quem vos rejeita, a Mim rejeita; e quem Me rejeita, rejeita aquele que Me enviou” (Lc 10,16).

Só a eles o Senhor confiou o encargo de ensinar, sem erro, com a assistência do Espírito Santo. Por isso a Igreja é essencial.

A Igreja que Jesus fundou é a que “subsiste na Igreja Católica”, que tem 2 mil anos e nunca ficou sem um chefe, Sucessor de Pedro, que o Senhor escolheu.

Professor Felipe Aquino

Sou padre, e daí?

 Frei Mario Sérgio Souza

    Eu nunca vi uma afirmação para assustar tanto algumas pessoas como essa: sim, sou padre! Meu Deus, tão novo, tão simpático, tão inteligente, tão normal, tão sem jeito, tão isso, tão aquilo. Isso quando não ressoa um estridente – “que desperdício!”. O que me desperta a atenção e acho curioso, é que o mundo caminha para uma diversidade em tantos campos, e as pessoas ainda se assustam com as opções alheias.
  
O ser padre ainda se caracteriza uma denúncia de algo? Será? Fico me perguntando sempre sobre isso. O que o fato de ser padre causa espanto? Será que as pessoas acham a igreja uma instituição ultrapassada nos valores que defendem? Então, como um jovem quer se filiar a ela? Será que é por causa do celibato, num mundo marcadamente erotizado e banalizador da sexualidade em suas amplas dimensões? Será que o jovem que assume o sacerdócio é um homem em rota de fuga, seja do mundo, de uma opção sexual, de uma busca de comodismo dentro das estruturas eclesiásticas? Será que pensam que o padre só quer explorar da igreja, estudar e depois cair fora e viver outras realidades? Como pode alguém querer ser padre em meio a tantos escândalos envolvendo sacerdotes pelo mundo afora?
 
Mas, o sacerdócio e sua beleza, sua riqueza, sua profundidade, cabem nessas perguntas? Visões reducionistas sobre questões sérias mostram quão vazios vivem os nossos contemporâneos. Sobretudo, quando reduzem as opções dos outros às rasuras de seus pensamentos e teorias. Como o mundo secularizado quer apagar qualquer fagulha do sagrado, e o sacerdote representa esse sagrado encarnado em sua consagração, pronto, querem acabar com a figura do padre, pensando, assim, acabarem com o próprio Deus. Mas, o sacerdócio sobrevive bravamente a essas investidas.
  
O que me desafia, quando penso no sacerdócio, é a necessidade e a demanda, as perguntas e os desafios, as exigências e as cobranças do povo em relação ao nosso ministério. Hoje, o povo quer ir atrás do padre que lhe agrada, que lhe fala ao coração, que lhe desperta emoções e sensações, que tem uma palavra inteligente para oferecer, que seja dinâmico, culto e respondedor de todas as inquietações das problemáticas atuais. É difícil encontrar um homem que se enquadre em todas essas exigências. Mesmo assim, o sacerdócio ainda sobrevive.
  
A saída é nunca tirar os olhos de Jesus. Fixar o olhar Nele, em Suas palavras, em Seus gestos, em Suas atitudes. O padre precisa pedir, todo dia, a graça de ter “os mesmos sentimentos do Cristo Jesus” (Fl 2,5). Pedir a graça de nunca tirar os olhos das ovelhas do rebanho que o Senhor lhes confiou, porque a missão do Cristo é a mesma missão do sacerdote: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu; enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, a curar os quebrantados de coração e proclamar a liberdade aos cativos e dar-lhes o óleo da alegria em lugar do luto”. (Is 61, 1- 3). Ser padre é ter uma preocupação profunda e sincera pela pessoa humana. Compreender suas dores, curar suas feridas, dar o bálsamo da paz interior. Ser padre é atualizar, pela força e o caráter do sacramento, a vida de Jesus no mundo que se chama hoje.
   
Eu sei que o mundo respeita um padre inteligente – afinal, saber é poder, já dizia Bacon; também sei que o mundo admira a coragem de um jovem de assumir esse estado de vida, embora não queira para si nem para os seus; sei que muitos outros acham que é uma perda de tempo tal vocação; sei de outros que nem querem saber de padres; mas, sobretudo, sei do bem que um homem que se consagra ao sacerdócio ministerial faz à humanidade. O padre é o homem do abraço acolhedor de Deus, do sorriso encorajador de Deus, da palavra certa na hora do jeito certo; é o homem da última porta que muitos batem nos desesperos e crises do viver e saem dali experimentando a misericórdia do abraço do Pai. O padre, por fim, nas palavras de Bento XVI, é o amor do Coração de Jesus. Por isso, sou padre, e daí?

A Europa entrou em uma era de descristianização. Irreversível?


por Marco Politi, do jornal Saturno


Crise de fé é uma expressão otimista, no fundo. Parece a crise dos bancos. Algo que, com oportunas recapitalizações, pode ser posta nos eixos. Mas o fenômeno em curso no Velho Continente, casa e coluna do catolicismo, vai muito além. A Europa entrou em uma era de descristianização.

A primeira década de 2000 viu a afirmação de uma geração que, no seu conjunto, perdeu a memória viva, o vínculo real com o patrimônio cristão. Armando Matteo, assistente eclesiástico dos universitários católicos (Fuci), fala de “primeira geração incrédula” e não tem medo de afirmar que o cristianismo está se tornando estranho aos homens e às mulheres do nosso tempo.


As massas não devem se enganar com os grandes encontros ou as declarações de “pertencimento” ao cristianismo que se verificam nas pesquisas. É uma pertença sem crença. Meramente sociológica. Mas se a diferença entre identidade formal e fé substancial é típica de outras épocas, muitas vezes caracterizada por flutuações no curso da existência, o sinal da atual geração incrédula se revela (para a grande massa, sem se deter nas pequenas minorias motivadas) por meio de uma “surdez geral quando se fala de Deus, de fé, de oração, de comunidade”. Uma atitude que supera em muito a escassa participação na missa e nos sacramentos.

É uma perda sistêmica dos fundamentos culturais do cristianismo, dos ensinamentos, dos símbolos derivados do Antigo e do Novo Testamento. O fenômeno se manifesta ainda na infância, a partir do momento em que a família não exerce mais um lugar de transmissão primária da fé.

Foram removidos das suas raízes conceitos poderosos como eternidade, criação, providência, destino escatológico. Paraíso e inferno não são mais representáveis.

Darwin subverteu a imagem do Deus Criador. Auschwitz tornou impossível a ideia de que o mal, embora grande, possa ter uma função voltada para o bem. O próprio Bento XVI em seu livro-entrevista Luz do Mundo (Ed. Planeta), por exemplo, reconhece que hoje a ideia do sangue de Cristo como “resgate” dos pecados do homem corre o risco de não chegar mais aos contemporâneos. Por outro lado, da sua pregação contra o relativismo, surge a dificuldade de propor o conceito de verdade absoluta.

Declinados os conflitos ideológicos do século XX, quando ainda se contrapunham visões de mundo fortes, a novidade radical não consiste no aumento do ateísmo. Matteo defende com justiça que a nova geração não se coloca contra Deus e a Igreja, mas “está aprendendo a viver sem Deus e sem a Igreja”.

A presença de Deus não é mais um axioma individual e social. Acreditar em Deus é uma “possibilidade”.

Alessandro Castegnaro, que dirige o Observatório Sociorreligioso do Triveneto, não por acaso intitula uma recente pesquisa sua sobre o mundo juvenil de C’è campo? [Há espaço?]. O ponto de interrogação expressa a intermitência com que são captados os temas da espiritualidade, da religião, da Igreja.

As novas levas respeitam expoentes eclesiais individuais e apreciam a Igreja quando indica horizontes de valores. Mas a separação da instituição é enorme, e a individualização das escolhas é máxima.

Regras e crenças são submetidas a um mecanismo de seleção e de redução sobre os quais a Igreja não tem nenhum poder. Dogmas fundamentais – como a pessoa de Deus, a filiação divina de Cristo, a ressurreição, o além – assumiram uma fisionomia indeterminada.

Grande parte dos conceitos teológicos são percebidos como imagens velhas. A Igreja como um todo é percebida como antiquada. “Eles não acertam as contas com o que vivemos. Contam-nos uma história que não existe”, resume Castegnaro.

A vocação

Quando falamos de vocação temos que perceber o que significa vocação, o que é ter vocação? Isso consiste em realizar-se em meio as nossas atitudes e sermos levados a confirmar nossas vidas pelas nossas atitudes rumo à realização de nossos ideais.

Quando afirmamos ter vocação para “algo”, na verdade afirmamos que somos capazes de realizar isto ou aquilo da melhor maneira possível e com o empenho necessário para que a vida tenha valido a pena ser vivida. Embora a vocação não consista em fazer “coisas”, mas na busca de fazer o melhor, temos que nos esforçar por fazer valer à pena cada instante vivido, pois este não mais voltará e por isso, realizar-se na vida é ter a coragem de experimentar cada momento com intensidade.

No entanto existe uma vocação universal, a vocação à felicidade que se revela na dinâmica da vida e na busca constante de ser preenchido e satisfazer os anseios de nosso ser. Contudo tal busca está destinada ao fracasso se não se voltar a Deus.

Esta verdade fundamental está guardada no silêncio de nosso coração de tal modo que se manifesta na medida em que cada pessoa tem a coragem de quebrar os grilhões do comodismo e da ordinariedade cotidiana, se perguntando profundamente o porquê de estar no mundo? Se há um sentido objetivo para o seu existir?

É se deparando com tais questões que nos é permitido mergulhar na busca de certezas que nos aventuram a sermos diferenciados em nossas ações, em nossas vidas, em nossas escolhas; é olhar para o alto e gritar que não desejamos ser “apenas mais um” no mundo, e sim autênticos e felizes humanos capazes de sorrir, de perdoar, de recomeçar...

Essa verdade foi manifestada pela Igreja, quando ela diz que: “A razão mais sublime da dignidade do homem consiste na sua vocação à união com Deus. É desde o começo de sua existência que o homem é convidado a dialogar com Deus: pois, se existe, é só por que, criado por Deus por amor e, por ele, por amor, constantemente conservado; nem pode viver plenamente segundo a verdade, se não reconhecer livremente esse amor e se entregar livremente ao seu criador”. (Gaudium Et Spes, par. 19).

Assim, percebemos o porquê de homens e mulheres que quando olhamos para as suas vidas somos impulsionados a compará-los a verdadeiros “Heróis em meio ao mundo”, eles que foram capazes de deixar tudo e sem nada, ir à busca de Tudo para encontrar o Verdadeiro Tesouro escondido no limiar, que só pode ser atravessado por aqueles que têm a coragem de se entregarem e confiarem no Criador!

Ter vocação é ser diferente, é fazer bem feito as coisas simples, é enxergar a beleza que se esconde nas tarefas singelas, ter vocação é nascer a cada dia e morrer a cada mediocridade para ressurgir na esperança de ser vencedor... Ter vocação é amar o Amor que nos fez amando-nos a todos, ter vocação é estar com Deus intimamente, onde cada respirar só obtém sentido quando clama por Deus!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Bento XVI inclui ateus na reunião de Assis

CIDADE DO VATICANO, Santa Sé — O Papa Bento XVI vai incluir pela primeira vez, nesta quinta-feira, quatro ateus no encontro ecumênico de Assis, uma iniciativa original que leva sua marca e que torna concreta a prioridade de um diálogo entre fiéis e não crentes, entre "fé e razão".
A linguista francesa Julia Kristeva, o filósofo italiano Remo Bodei e o mexicano Guillermo Hurtado, o economista austríaco Walter Baier aceitaram o convite e vão se apresentar ao lado de bispos, pastores, imãs, rabinos e monges budistas, na cidade natal de São Francisco, por ocasião do 25º aniversário do encontro histórico organizado pelo Papa João Paulo II.
Em 2009, o Papa havia adiantado à Cúria sua prioridade: "o diálogo com as religiões deve se ajustar ao diálogo com aqueles para os quais a religião é coisa estranha, para quem Deus é desconhecido, e entre os que não querem permanecer sem Deus".
Fonte: AFP

Biblioteca Vaticana se digitaliza com tecnologia da NASA


ACI Digital
Os recursos do patrimônio da Biblioteca Vaticana serão digitalizados para sua preservação e modernização com uma tecnologia realizada pela NASA, conforme informa o jornal italiano Il Corriere della Sera.
O Prefeito da Biblioteca Vaticana, Dom Cesare Pasini, à frente da instituição desde 2007, explicou ao jornal que o projeto de conservação "não tem precedentes no mundo por suas dimensões".
Padre Pasini explicou que o projeto acontece para evitar "a deterioração dos manuscritos devido à prolongada consulta direta" dos peritos.
A digitalização do patrimônio vaticano será realizada por etapas e implicará o traslado das peças a serem conservadas a uma zona especial a temperaturas adequadas no qual trabalharão "entre 120 e 150 pessoas".
A agência EFE assinala que para realizar este projeto empregarão a tecnologia Fits (Sistema de Transporte Flexível de Imagens, por suas siglas em inglês), criada há 40 anos pela NASA para conservar as imagens de suas missões espaciais, e "atualizada continuamente pela comunidade científica internacional".
Dom Pasini disse também ao diário italiano que a fase de testes sobre um padrão de 23 manuscritos aleatórios concluiu-se satisfatoriamente.
"Agora sabemos que todo o conjunto funciona: sabemos como fazer as fotos, capturar os manuscritos, conservar os dados. Já temos um ponto de partida", sustentou.
O projeto poderia durar dez anos, mas Pasini conta com "inserir na rede as primeiras imagens durante o próximo ano". "Os manuscritos são um patrimônio da humanidade que queremos fazê-los acessíveis a toda a humanidade, e que, ante a humanidade, temos a responsabilidade de conservar", assegurou.
Os recursos da Biblioteca só podem ser consultados por 250 especialistas, em câmaras subterrâneas de temperatura e umidade controladas, devido à fragilidade de muitas das peças contidas na coleção, a mais importante humanístico-renascentista do mundo.
A Biblioteca Vaticano contém 1.6 milhões de volumes impressos, 80 mil manuscritos, 74 mil documentos de arquivo, 100 mil incisões e 300 mil moedas e medalhas.
Entre suas jóias se inclui o "Codex Vaticanus", o primeiro testemunho da Bíblia grega de que se tem notícias, o "papiro Bodmer", a transcrição mais antiga, datada entre 175 e 225 depois de Cristo, dos Evangelhos de São Lucas e São João, e a "Geographia" de Ptolomeu.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Arquidiocese celebra centenário de nascimento de dom Avelar Brandão Vilela

Começam no dia 27 de outubro, na arquidiocese de Salvador (BA) as atividades celebrativas do centenário de nascimento de dom Avelar Brandão Vilela. Neste dia que marca os aniversários das Ordenações sacerdotal e episcopal do 24º arcebispo de Salvador, as paróquias farão adoração eucarística e os sinos das igrejas vão repicar simultaneamente às 18h para marcar a abertura das comemorações. Até 13 de junho de 2012, data em que o cardeal completaria 100 anos, a arquidiocese promove uma série de eventos. Serão missas, lançamentos de livros e selos comemorativos, além de uma exposição de fotos e objetos pessoais de dom Avelar.
“A celebração do centenário de dom Avelar tem como finalidade publicar o reconhecimento da arquidiocese por sua preciosa contribuição para a Igreja local, para a Igreja no Brasil e na América Latina. Em segundo lugar, como cristãos, fazemos memória do cardeal arcebispo que por 15 anos brilhou entre nós como zeloso pastor”, explicou o padre Jair Arlego, animador das atividades do centenário de dom Avelar.
O cardeal foi responsável por importantes fatos na história da arquidiocese de Salvador. Foi durante o seu pastoreio, em 1980, que o Vaticano concedeu o título de Sé Primacial à arquidiocese de Salvador, e o título de Primaz a seu arcebispo. Também é resultado da sua gestão, a vinda para a Bahia e para o Brasil das Missionárias da Caridade, congregação de Madre Tereza de Calcutá.
A proclamação de Nossa Senhora da Conceição da Praia como padroeira principal do estado da Bahia foi uma conquista de dom Avelar. Ele inclusive fez a proclamação em nome do papa Paulo VI. Dom Avelar participou dos conclaves que elegeram os papas João Paulo I e João Paulo II e em 1980, recepcionou o João Paulo II, em Salvador.
A Rádio Excelsior da Bahia, instituição hoje com 70 anos de história foi adquirida pela arquidiocese, em 1984, através da ação de dom Avelar. Ele não mediu esforços para que a emissora, que nasceu sob a liderança católica de frei Hildebrando pudesse continuar a serviço da igreja local.
Natural de Viçosa das Alagoas, dom Avelar nasceu em 13 de junho de 1912 e foi ordenado padre em Sergipe em 1935, onde ficou por 11 anos. Em 1946 recebeu a nomeação de bispo de Petrolina e exerceu a função por 10 anos até ser transferido para a arquidiocese de Teresina, no Piauí permanecendo lá por 15 anos. Exerceu o cargo de arcebispo de Salvador de 1971 a 1986, quando faleceu.

Jogador é preso na Arábia Saudita por exibir tatuagem de Jesus.

Folha de São Paulo

O colombiano Juan Pablo Pino, jogador do Al Nasr, da Arábia Saudita, foi preso por exibir em público uma tatuagem de cunho religioso.

Segundo a imprensa saudita, o incidente ocorreu quando o atleta passeava com a mulher em um shopping de Riad, capital do país. Com uma camiseta sem mangas e a imagem de Jesus Cristo em um dos braços à mostra, causou indignação das pessoas no local e foi insultado. A confusão chamou a atenção da polícia moral, encarregada de garantir o cumprimento das leis do reino saudita, que decidiu prendê-lo.

O clube publicou declarações em que Pino declara “profunda tristeza” pelo episódio, acusa torcedores rivais e afirma respeitar as leis do país. Lembrou, inclusive, ter comprado uma roupa muçulmana para que sua mulher “saia de maneira respeitosa”. A mulher, preocupada, pede que o marido abandone a equipe e deixe a Arábia.

OUTRO CASO

Confusão parecida aconteceu com Mirel Radoi, do Al Hilal, ano passado. O romeno beijou a tatuagem de uma cruz em seu braço após marcar um gol e provocou o descontentamento popular.

O xeque Mohammed Nayimi, um dos clérigos mais respeitados do país, disse que os jogadores têm de respeitar às leis que proíbem tatuagens e escondê-las. Pediu ainda que os contratos com estrangeiros tenham uma cláusula que os obrigue a respeitar a lei islâmica (sharia).

domingo, 23 de outubro de 2011

Atriz Susan Saradon chamou de “nazi” (Nazista) o Papa Bento XV.

A declaração de Susan Sarandon durante o festival de cinema, em Nova Iorque, está a gerar uma onda de críticas por parte de grupos de católicos e de judeus, com a Liga Anti-Difamação a exigir da atriz um pedido de desculpas.

A bomba foi largada durante uma entrevista, no último sábado, com o ator Bob Balaban, quando a também ativista dos Direitos Humanos – Sarandon, criada numa família Católica Romana, é ainda embaixadora da Boa Vontade da UNICEF desde 1999 – revelou ter enviado ao Papa uma cópia do livro que deu origem ao filme de 1995 “Dead Man Walking”, onde contracena com Sean Penn e que lhe valeu um óscar.

Bob Balaban questionou então a que Papa se referia Susan Sarandon. A resposta não podia ser mais polémica: “Ao último [João Paulo II]. Não a este nazi que temos agora”, refere o diário nova-iorquino Newsday.

O calibre da resposta originou mesmo um gentil reparo de Balaban, mas isso não evitou que Sarandon repetisse a acusação.

Contactado para comentar as declarações da atriz, o seu agente não está a responder aos telefonemas dos jornalistas, de acordo com as agências de notícias.

Entretanto, a Liga Católica para os Direitos Civis e Religiosos já lamentou a “ignorância intencional” de Sarandon.

A Liga Anti-Difamação – de luta contra o antissemitismo – pede à atriz que se desculpe perante a comunidade católica: “Sarandon pode ter tido os seus problemas com a Igreja Católica, mas isso não é desculpa para andar com analogias sobre o nazismo. Essas são palavras de ódio, de vingança, que apenas logram apequenar a verdade da história e o significado do Holocausto”.

Pesquisa sugere que Silvio Santos é mais admirado no Brasil que Jesus Cristo.

De acordo com informações da coluna Mônica Bergamo do jornal Folha de São Paulo, o apresentador Silvio Santos figura na primeira posição de uma pesquisa que revelou as personalidades mais admiradas pelos brasileiros. Jesus Cristo também aparece na lista, mas fica em quinto lugar atrás do dono do SBT e de outras personalidades.
A pesquisa foi realizada pelo instituto inglês Future Poll para a marca Johnnie Walker que ouviu mil homens e mulheres de 25 e 45 anos.
Os nomes de Bill Gates, Lula, Angelina Jolie, Ayrton Senna, Ronaldo e Pelé também aparecem entre os dez mais admirados.
Personalidades mais admiradas no Brasil:
1º Silvio Santos
2º Bill Gates
3º Lula
4º Angelina Jolie
5º Jesus Cristo

6º Eike Batista
7º Ayrton Senna
8º Ronaldo
9º Gandhi
10º Pelé

“Você quer uma moral laica, inspirada pela razão? Pois bem, seus fundamentos serão frágeis, bem frágeis.



 Contardo Calligaris, psicanalista, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo.

Num belo dia de 1760 ou por aí, Denis Diderot recebe a notícia de que Jean-Jacques Rousseau desistiu de escrever o verbete “Moral” da grande Enciclopédia, da qual Diderot é um dos editores-chefes. A impressão do décimo volume da obra está parada na espera do texto. A solução é Diderot escrevê-lo, na hora, ao longo de uma tarde durante a qual várias circunstâncias colocam à prova, justamente, a moralidade do filósofo.

Essa é a situação apresentada na peça “O Libertino“, de Eric-Emmanuel Schmitt, em cartaz até 27 de novembro no teatro Cultura Artística Itaim, em São Paulo. A peça foi adaptada e é dirigida por Jô Soares, com o brio alegre de uma farsa de Feydeau ou de uma comédia de Goldoni, e com um elenco particularmente feliz (a começar por Cassio Scapin, que é Diderot). Um provérbio latim diz que, rindo, a comédia critica os costumes.

“O Libertino” nos leva não só a criticar nossos costumes, mas a examinar os frágeis fundamentos de nossas normas morais.

O evento apresentado na peça é uma ficção. O verbete “Moral”, como quase um terço da Enciclopédia de Diderot D’Alembert, foi escrito pelo cavalheiro Jaucourt, que redigiu sozinho mais de 17.000 verbetes, até merecer o apelido de “escravo da Enciclopédia”. O cavalheiro era culto e sem brilho: o verbete “Moral” é um texto chato, com uma ou outra afirmação ousada – por exemplo, Jaucourt escreve que a moral é um investimento mais seguro do que a fé, porque um ateu virtuoso pode se salvar, enquanto não há salvação para um crente vicioso.

Mas o que é virtuoso e o que é vicioso? É fácil responder, se acreditarmos numa revelação divina. Mais complicado é fundar uma moral laica, inspirada pela razão.

Jaucourt sugere apostar no número, notando que os povos civilizados concordam quanto aos pontos essenciais da moral, ao passo que podem discordar totalmente em matéria de fé religiosa.

Talvez o aprimoramento mais recente do argumento de Jaucourt seja o de John Rawls. Em “Justiça como Equidade” (Martins Ed.), Rawls propõe que a gente aceite como normas sociais morais aquelas que aprovaríamos por unanimidade, caso todos nos esquecêssemos completamente de nossa etnia, de nosso status, de nosso gênero e de nossa concepção do bem. Essa amnésia fundaria nossa moral, pois, graças a ela, seriam aprovadas só as normas que servissem ao bem de todos. Laborioso, hein? Seja como for, as sugestões de Jaucourt e de Rawlsvalem sobretudo para a moral pública. Mas como se fundamenta a moral privada, que nos orienta na escolha do bem e do mal no dia a dia? Essa é a questão com a qual “O Libertino” nos faz rir e pensar. Na peça, Diderot está hospedado na casa do barão d’Holbach, por cuja filha (ótima Luiza Lemmertz) ele é seriamente tentado. D’Holbachera ele mesmo um contribuidor da Enciclopédia.

No seu “Sistema da Natureza“, o barão avançava a ideia de que a virtude moral deveria estar ao serviço de nossa felicidade. Na peça, Diderot, escrevendo seu verbete, tenta adotar esse argumento, que d’Holbach desenvolvera até ao paradoxo: se um homem for feliz no vício (e não na virtude), de repente, o vício seria legitimamente sua moral. Problema.

barão d’Holbach era ateu e materialista. Questão: se o homem é uma máquina sem alma, ele não tem liberdade de escolha, e, se ele não é livre, a própria ideia de moral perde seu sentido. Mais um problema.

Enfim, se você puder, assista à peça e se divirta. Se não puder, divirta-se imaginando como você escreveria o verbete “Moral” de sua enciclopédia pessoal – e lembre-se: você não tem o conforto de acreditar numa revelação divina e nem está convencido de que saibamos resistir livremente a nossos impulsos e desejos.

Lembre-se também de escrever seu verbete numa tarde em que, como Diderot,

1) você é tentado pelo adultério, embora ame sua mulher,

2) você gostaria de seduzir a filha de um amigo, a qual tem a idade de sua filha,

3) você professa opiniões “avançadas”, mas não quer que elas valham no caso de sua filha,

4) você é seduzido pelo charme de uma criminosa, a ponto de se perguntar se, no fundo, os valores estéticos não deveriam ser mais importantes que os valores morais (não se escandalize: há românticos e modernos para pensar exatamente isso).

Mais uma coisa: se você for mulher ou tiver preferências diferentes das de Diderot, apenas mude o gênero no parágrafo acima.
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