segunda-feira, 19 de março de 2012

 
Não é sem razão que a Igreja, no meio da Quaresma, tira o roxo no dia 19 de março e coloca o branco na liturgia, para celebrar a festa de São José, esposo da Virgem Maria. Entre todos os homens do seu tempo, Deus escolheu o glorioso São José para ser pai adotivo de seu Filho divino e humanado. E Jesus lhe era submisso, como mostra São Lucas.
Santo Gertrudes (1256-1302), um grande místico da Saxônia, disse que “viu os Anjos inclinarem a cabeça quando no céu pronunciavam o nome de São José”.

Santa Teresa de Ávila (1515-1582), a primeira Doutora da Igreja, a reformadora do Carmelo, disse: “Quem não achar mestre que lhe ensine a orar, tome São José por mestre e não errará o caminho”. E ensinava que em todas as suas festas lhe fazia um pedido e que nunca deixou de ser atendida. Ensinava ainda que cada santo nos socorre em uma determinada necessidade, mas que São José nos socorre em todas.

O Evangelho fala pouco de sua vida, mas o exalta por ter vivido segundo “a obediência da fé” (Rm 1,5). Deus nos dá a graça para viver pela fé (Rm, 5,1.2; Hb 10,38) em todas as circunstancias. São José, um homem humilde e justo “viveu pela fé”, sem a qual “é impossível agradar a Deus” (Hab 2,3; Rm 1,17; Hb 11,6).

O grande Doutor da Igreja Santo Agostinho compara os outros santos às estrelas, mas, a São José, ele o compara ao Sol. A ele Deus confiou suas riquezas: Jesus e Maria. Por isso, o Papa Pio IX, em 1870, declarou São José padroeiro da Igreja Universal com o decreto “Quemadmodum Deus”. Leão XIII, na Encíclica “Quanquam Pluries”, o propôs como “advogado dos lares cristãos”. Pio XII o propôs como “exemplo para todos os trabalhadores” e fixou o dia 1º de maio como festa de ao José Trabalhador.

``A história de São José``, com padre Fernando Santamaria

São José foi pai verdadeiro de Jesus, não pela carne, mas pelo coração; protegeu o Menino das mãos assassinas de Herodes o Grande, e ensinou-lhe o caminho do trabalho. Jesus não se envergonhou de ser chamado “filho do carpinteiro”. Naquela rude carpintaria de Nazaré ele trabalhou até iniciar Sua vida pública, mostrando-nos que o trabalho é redentor.

Na história da salvação coube a São José dar a Jesus um nome, faze-lo descendente da linhagem de Davi, como era necessário para cumprir as promessas divinas. A José coube a honra e a glória de dar o nome a Jesus na sua circuncisão. O Anjo disse-lhe: “Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1,21).
A vida exemplar de São José é exemplo para todos nós. Num tempo de crise de autoridade paterna, onde os pais já não conseguem “conquistar seus filhos” e fazerem-se obedecer como devem, o exemplo do Menino Jesus submisso a seu pai torna-se urgente. Isto mostra-nos a enorme importância do pai na vida dos filhos. Se o Filho de Deus quis ter um pai, ao menos adotivo, neste mundo, o que dizer de muitos filhos que crescem sem o pai? O que dizer de tantos “filhos órfãos de pais vivos” que existem no Brasil, como disse-nos aqui mesmo em 1997 o

Papa João Paulo II? São José é o modelo de pai presente e atencioso, de esposo amoroso e fiel.

Celebrar a festa de São José é lembrar que a família é fundamental para a sociedade e que não pode ser destruídas pelas falsas noções de família, “caricaturas de família”, que nada têm a ver com o que Deus quer. É lutar para resgatar a família segundo a vontade e o coração de Deus. Em todos os tempos difíceis os Papas pediram aos fiéis que recorressem a São José; hoje, mais do que nunca é preciso dizer: São José, valei-nos! Falando de São José, o Papa João Paulo II na exortação apostólica “Redemptoris Custos” (o protetor do Redentor), de 15 de agosto de 1989, disse: “assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo Místico, a Igreja” (nº1). “Hoje ainda temos motivos que perduram, para recomendar todos e cada um dos homens a São José (nº 31).

Celebrar a festa de São José é celebrar a vitória da fé e da obediência sobre a rebeldia e a descrença que hoje invadem os lares, a sociedade e até a Igreja. O homem moderno quer liberdade; “é proibido proibir!”; e, nesta loucura lança a humanidade no caos.

São José, tal como a Virgem Maria, com o seu “Sim” a Deus no meio da noite, preparou a chegada do Salvador. Deus contou com ele, e não foi decepcionado. Que possa contar também conosco! Cada um de nós também tem uma missão a cumprir no plano de Deus. E o mais importante é dizer “Sim” a Deus como São José. “Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado” (Mt 1,24).

Celebrar a festa de São José é celebrar a santidade, a espiritualidade, o silêncio profundo e fértil. São José entrou mudo e saiu calado, mas nos deixou o Salvador pronto para começar a Sua missão. É como alguém disse: “o servo que faz muito sem dizer nada; o especial agente secreto de Deus”. Ele é o mestre da oração e da contemplação, da obediência e da fé. Com ele aprendemos a amar a Deus e ao próximo.

São José viveu o que ensinou João Batista: “É preciso que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30).

Prof. Felipe Aquino

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