domingo, 9 de setembro de 2012

XXIII Domingo Comum- ''Efatá'', disse o Messias Davídico!.


                        
 
         ’’Hosana ao Filho de Davi! Bendito Aquele que vem em nome do Senhor!’’  Esta é a soleníssima exclamação que tributamos ao Cordeiro Imolado na Liturgia dos Santos Mistérios, na Santa Missa. Reconhecemos que o Cordeiro imolado é Deus e Senhor. Debaixo do seu senhorio, do Deus Messias, colocamos o existir, para, que em nossos intentos, desejos, ações... correspondamos, de fato, a sermos agradáveis a Deus. É característico do Tempo Litúrgico que ora celebramos, o Tempo Ordinário, mostrar a vida pública de Jesus, que justamente, conforme os sinóticos, principia com o Batismo, às margens do Jordão, a tentação no deserto. O Divino Salvador, através dos milagres, clarividencia quem o é. Ele é Deus Santíssimo, consubstancial ao Pai, a Palavra criadora e dinâmica que tudo fizera e sem a qual, como canta o prólogo joanino, ‘’nada do que existe seria feito’’.
        À primeira leitura extraída do Livro do Profeta Isaías, precisamente  o dito ‘’Terceiro Isaías’’, também conhecido como o opúsculo apocalipse de Isaías. Contextualizemo-nos quanto à época. Esta parte do livro mostra  o regresso do povo de Israel da  mazela do exílio em a Babilônia.Reparemos a terrível situação. Israel passara por cruéis momento no exílio e, um deles, foi  deixar-se influenciar pelos ídolos, pelos deuses estrangeiros e por conseguinte cometeram a idolatria. Abandonaram o Deus da Aliança para servir aos estranhos. Qual a esperança, então, daquele povo? Eis! ‘’Dizei às pessoas deprimidas: Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar.’’ O profeta evidencia que a esperança dar-se no advento do Messias davídico, cuja presença é a autenticidade através dos atos: ‘’ se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos. O coxo saltará como um cervo e se desatará a língua dos mudos, assim como brotarão águas no deserto e jorrarão torrentes no ermo.’’  Assim profetizara Isaías e, tal cumprimento, vemo-lo, na pessoa de Jesus que é verdadeiramente o Deus Messias! Noutra passagem o mesmo profeta diz: ‘’O Espírito do Senhor Iahweh está sobre mim, porque Iahweh me ungiu; enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres a curar os quebrantados de coração e proclamar um ano aceitável a Iahweh.’’ (cf. Is, 61)
        A ação redentora de Cristo através dos milagres, dos prodígios, portentos é a caminho de Jerusalém, no lenho da cruz, ele esclarece com a oblação da sua vida, qual a missão que viera cumprir. Lembremo-nos quando da vez que os discípulos de João Batista acorreram a Nosso Senhor e lhes perguntaram: ‘’És tu mesmo que devia vim ou devemos esperar um outro?’’ Eis a resposta daquele que o Batista anunciara como a Luz. ‘’Digam a João que os cegos veem, os surdos ouvem, os coxos andam e o Evangelho é anunciado.’’ Pronto! Aqui fica esclarecido que o Filho do Carpinteiro e de Maria Santíssima é o Messias Santo prometido na Escritura do Antigo Israel.
   Na segunda leitura, extraída da epístola de São Tiago, as admoestações do apóstolo são, deveras, precisas para o Cristianismo. ‘’Meus irmãos a fé que tendes em Nosso Senhor Jesus Cristo glorificado não deve admitir acepção de pessoas.’’ O testemunho intrépido que damos da nossa adesão ao projetode Deus deve acompanhar a nossa praxe na vivência da caridade. Caridade verdadeira em que comungamos na face dos mais frágeis, a face de Cristo. ‘’Um copo de água que deres a um desses pequeninos é a mim  que estais dando.’’ Apraz-nos as palavras de São Paulo: ‘’Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não tivesse a caridade, seria como bronze que soa ou como címbalo que tine.’’ (I Cor. 13) Oxalá a nossa experiência com o Ressuscitado nos transforme em luminosos faróis, de maneira tal, que a caridade evangélica conquiste a muitos. A Beata Tereza de Calcutá dizia para as suas irmãs ‘’comungastes ao Senhor no Sacramento da Caridade, comungue-o agora no rosto desfigurado dos mais indigentes.’’
   Chegamos ao Evangelho, centro da Liturgia da Palavra. A missão do Filho de Deus fora libertar o homem da escravidão do pecado. Para a mentalidade cultural-religiosa dos judeus, se um indivíduo possuísse uma enfermidade como lepra e, até mesmo, deficiências como a surdez, a paralisia era excluído da convivência normal.
    A página do Evangelho é caríssima de significados. ‘’Jesus afastou-se com o homem, para fora da multidão; em seguida, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele. Olhando para o céu, suspirou e disse: ‘’Efatá!’’, que quer dizer: ‘’Abre-te!’’ Pensemos nesse ínterim nas benditas palavras proferidas pelo centurião romano quando do martírio do nosso Salvador, ‘’verdadeiramente esse Homem era o Filho de Deus!’’ Eis! O Obedientíssimo, o Unigênito, que na carne humana, tirou o pecado do mundo. Abriu-nos as portas do céu. Aquele que é o primogênito dos mortos! Pensemos, irmãos, nos pormenores que são os gestos de Jesus, pois esses são  salvíficos cuja máxima é o sinal da cruz.
      As ações sensíveis de Cristo. (1) Colocou os dedos nos ouvidos do surdo; ( 2) cuspiu; (3) tocou a língua dele. Aonde bebemos desse manancial da salvação? Nos santos sacramentos da Igreja. Eles são a solene e verdadeira perpetuação do Mistério Pascal, em que Cristo, através e com a Igreja, Esposa Imaculada, salva-nos! Conforme registra-se nos primeiros sacramentais, o sacerdote, antes de deitar  a água batismal, tocava os ouvidos dos neófitos e proferia o ‘’Efatá’’  e a seguir colocava sal na boca.
    Abre-te! Esta é a ordem do Cristo para o cristão, nós, que somos partícipes do mistério da salvação, que aceitamo-Lo como nosso Senhor. Mais que os ouvidos físicos; abramo-nos inteiramente às exigências do fiel seguimento a Cristo, de maneira tal, que afirmem: ‘’Ele tem feito bem todas as coisas: Aos surdos faz ouvir e aos mudos falar.

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