sábado, 21 de julho de 2012

''Eis que venho Senhor: com prazer faço a vossa vontade.'' (Plsalmus 2)


      

  
      Eis o salmo segundo do saltério. Apraz-me, Senhor, fazer a vossa vontade! E o que é a vontade de Deus? Em quem encontrá-la perfeitamente? Eia pois: Consiste em cumprir, em nosso estado, em nossa vocação, o cumprimento, na fidelidade, do plano salvífico do Senhor nosso na existência, aqui, que desembocar-se-á na vida eterna, no céu que é Jesus. Fixemos, a princípio, o nosso olhar em Maria Santíssima, sempre virgem.
   Desde antes da sua Conceição Imaculada, aprouvera Deus, em seu querer benevolente, através de sua beatíssima serva, recriar o homem a partir do evento Cristo, Deus sempiterno, encarnado em seu seio beneditíssimo, e, acerca do cumprimento de feliz profecia, diz-nos o Apóstolo: ''Chegada a plenitude dos tempos enviara Deus, o seu Filho, nascido duma mulher.'' (cf. Gl, 4) 
      E quando da saudação angélica à preclara esposa de José Justíssimo, a filha de Sião, da Tribo de Judá, diz: ''eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa vontade!'' Pronto! Aqui está realizada em Maria, honra da nova humanidade, gestada nela pela potência do Espírito Santo, a obra da salvação: o Verbo encarnado, Jesus, da estirpe de Davi, o Filho adamantino do Pai eterno!
      Na paulatina História da Salvação a Escritura discorre acerca dos homens e mulheres que se puseram, não obstante a realidade de suas existências, a sempre agradar-se na vontade de Deus. Pensemos em Abraão quando naquele monte imolaria seu filho único Isaac, pensemos na jovem Susana, cruelmente atormentada por aqueles anciãos injustos, em Daniel profeta, na cova dos leões, em Jó, quando dos seus infortúnios... Todos esses personagens fieis ao Deus da Aliança. Mais honra aplica-se, como deveras sabemos, em Maria e em Cristo, verdadeiramente Homem e Deus!
     Em Cristo encontra-se a medida perfeita e única da vontade do Senhor: ''Imagem do Deus invisível'' ( Col 1, 15), Ele é o homem perfeito, que restituiu aos filhos de Adão a semelhança divina, deformada desde o primeiro pecado. Como a natureza humana foi n'Ele assumida, não aniquilada, por isso mesmo também foi em nós elevada a uma dignidade sublime. Com efeito, por sua encarnação, o Filho de Deus uniu-Se de algum modo a todo homem. Trabalhou com mãos humanas, agiu com vontade humana, amou com coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado. (cf. GS, 22)
     Vê-se a realização do que diz o Salmo: ''eis que venho Senhor, com prazer faço a vossa vontade, no Filho de Maria. Cada vez que nos deparamos com a Escritura e ouvimos o que fizera o nosso Salvador ao transcorrer do seu ministério messiânico; ''eis que venho Senhor, com prazer faço a vossa vontade!'' ao compadecer-se... até a sua chegada e solene entrada na cidade santa de Jerusalém aonde tudo consuma-se à sua entrega livremente na árvore da cruz, para refazer a humanidade, e esta Nele, por Ele e  com Ele, lavada nas águas batismais e no sangue do Cordeiro, filhos no Unigênito, também diga: ''Eis que venho Senhor, com prazer faço a vossa vontade!

      Ao Verbo,  por quem tudo subsiste, o Primogênito da Nova e Eterna criação, a glória pelo séculos sem fim. Amém!

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