por André Fernandes
Ao limiar das alegrias pascais,
a Igreja, por duas vezes, em sua Liturgia, enquantoEsposa do ‘’Kyrios’’ e mãe
zelosa nossa , apresenta-nos essa quão solene aparição do Cristo glorioso. A
primeira, escutamos na Quarta-feira na Oitava da Páscoa e a segunda no Terceiro
Domingo Domingo Pascal.
Eis! Emaús! Uma aldeia distante a
‘’sessenta estádios’’ da Cidade Santa de Jerusalém, aonde, aí, o Filho de Deus,
consumou a obra da salvação com sua paixão e morte e triunfante ressurreição.
Em Emaús temos um significativo encontro do Ressuscitado com dois dos seus
discípulos; estes distante da comunidade dos apóstolos, isto é, Jerusalém,
permanecem desesperançosos e abatidos, porque Jesus de Nazaré padecera o
suplício da cruz e ainda não havia ressurgido conforme prometera quando do seu
ministério messiânico.
Quais as santas lições que abstraímos
deEmaús? A Páscoa é um tempo oportuno para bem refletirmos no autêntico
seguimento a Cristo. Não podemos ficar indiferentes ao evento ‘’Ressurreição’’.
Cléofas e o outro discípulo deixam-se conduzir pelo fulgor do Ressuscitado,
pois, é aí que renovamos o encontro pessoal com Ele. Ao ruminarmos os Atos dos
Apóstolos nesses cinquenta dias do Tempo da Ressurreição, observamos o
testemunho das primeiras comunidades cristãs, o testemunho intrépido dos
apóstolos. Esses sinais evidenciam a presença do Cristo vivo no seio da Igreja,
nascida do seu lado trespassado e no dia de Pentecostes enviada a espalhar
pelos ‘’confins do mundo’’ a semente do Evangelho, anunciando, sobretudo, a
centralidade da cristandade que é o Mistério Pascal.
Emaús! Aí tudo transformar-se-á
a partir do Cristo que sendo o Caminho, faz-se caminheiro conosco. É o Verbo
sempiterno, Revelação Plena da Lei e dos Profetas que, paulatinamente, vai
mostrando aos dois o que outrora fora predito. Ao lermos e contemplarmos esta
passagem da Escritura, somos introduzidos no mistério do Banquete Sacrifical da
Páscoa do Senhor, lugar por excelência do encontro com ‘’Aquele que É!’’
Nessa narrativa, apreciamos as duas
mesas, nas quais entramos em comunhão com Deus. Eis que a Palavra, explica-lhes
as escrituras, abre-lhes a mente e o coração e encaminha-os à mesa do
sacramento pascal, a Sagrada Eucaristia, cume de todo o encontro e
reconhecimento do Senhor, na ‘’fração do pão.’’
Oxalá, esse ‘’ Tempo solene em que
Cristo nossa Páscoa foi imolado’’ seja favorável à renovação da nossa
mentalidade e atitudes para que sempre atentos aos sinais do Ressuscitado,
digamos-lhe: ‘’Permanece conosco, pois cai a tarde e o dia já declina.’’
‘’Ressurrexitsicut dixit,
Alleluia!’’
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