segunda-feira, 30 de abril de 2012

A consciência e a decisão



          Certamente já escutamos dos nossos pais e avós este adágio: ''A consciência é o santuário da vida.'' E que tamanha afirmação. Deus, no ato supremo da criação; plasmara o homem à sua imagem e semelhança, dotando-lhe de inteligência, vontade e liberdade e, sendo assim, é inato ao ser criado, o discernimento do que é certo e erado. Eis! A consciência.
       Para a recepção do Sacramento da Reconciliação, é disciplinar que o penitente, antes de aproximar-se do confessionário, faça uma perlustração da sua consciência, ou seja, um exame detalhado das transgressões cometidas ao Decálogo e deste modo o sacerdote ministre-lhe a Confissão cumprindo com os ritos peculiares a tal liturgia sacramental. Ainda existe, numa das horas canônicas do Ofício Divino, as Completas, a última, antes do repouso, um exame de consciência, precedente ao 'Confiteor', conforme orienta as rubricas do Breviário. E qual o porquê de examinarmos nosso interior? Há uma certa mentalidade antiga, assim: 'a vida é minha' ou 'não devo nada a ninguém' e vai  relativizando aquele 'eu'  do âmago em não assumir as consequências dos atos voluntários.
    Analisar a consciência é permitir o livre acesso de Deus que sonda-nos o mais íntimo. O estabelecimento da reta consciência, formada ciente das fragilidades humanas, auxilia-nos no autoconhecimento, de maneira tal, que vamos escalando os obstáculos, para galgarmos a recompensa dos bem-aventurados: a santidade de vida. Exame de consciência: ''Antes de tudo, trata-se, sobremaneira, de atitudes comportamentais que nos ajudam a melhorar nossa relação com Deus, com nós mesmos e com os irmãos, em progresso permanente na virtude da santidade; trata-se de rever, com coragem e determinação, a oportunidade momentânea de amadurecimento no curso de nossa sincera conversão, de mudança de gestos e atitudes que, não apenas identifiquem um caminhar com segurança, mas que o demonstrem, de fato.''  ( cf. Artigo: 'Olhando dentro de nós mesmos'. Pe. Gilvan Rodrigues dos Santos).
          Ao examinarmo-nos, estamos, desde já,  aniquilando o que existe de caduco e infrutífero, permitindo assim, o advento duma nova mentalidade e por conseguinte a aquisição da resolução em não cedermos as práticas de outrora. Apraz-nos em recordar um dos insignes monarcas de IsraelDavi. Infiel à aliança, vê-se contrito! '' Reconheço a minha iniquidade e  meu pecado está sempre diante de mim (...) Cria em mim, ó Deus, um coração puro, renova em mim um espírito resoluto.'' ( cf. Sl 50). A consciência não nos leva ao desespero, como em Judas Iscariotes, mas, conduze-nos a revisão de vida. Ela nos edifica e educa para sermos pessoas virtuosas.
     Por vezes, na Sagrada Escritura, é patente a presença da consciência. Numa das parábolas da misericórdia, ( cf. Lc 15) precisamente a do Pai misericordioso, narra-se que o filho rebelde, após experimentar a ruptura com Pai, cai por terra e diz:  'Já sei o que fazer! Voltarei à casa do meu Pai.'  O que mais seria esta resolução, senão a consciência humana, perante a negligência? Eis! Espírito resoluto. 
      Formados pela consciência nossa, experimentamos, não obstante aos erros, a perene misericórdia de Deus; e a pedagogia de Jesus para com a mulher flagrada em adultério?  No colóquio, Jesus diz-lhe: 'Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou? Ela responde-lhe: ''Ninguém Senhor!''  Jesus, então, lha diz: ''Eu também não te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais.''  Vai, não peques mais. O Senhor faz com que aquela, tida como pecadora, auto-reconheça o erro, ajuda-lhe a abre-lhe o íntimo para a possível falta cometida. Enfim, irmãos, a sã consciência,  revela-nos, e outrossim, a Deus, nosso misericordioso Senhor, para decidirmos por Ele, nossa vida e felicidade.

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