A vós irmãos graça e paz da parte de Deus, nosso Pai,
e de Jesus Cristo, Nosso Senhor!
Diz-nos a
Antífona da Entrada da Missa do Dia: ``Alegremo-nos todos no Senhor, celebrando
este dia festivo em honra da Virgem Maria: os Anjos se alegram pela sua
Assunção e dão glória ao Filho de Deus.``
Recorda-nos a Igreja no dia quinze de agosto (no Brasil com licença da
Sé Apostólica no Domingo mais próximo) a Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe de
Deus, assunta aos céus, à direita do Unigênito. Coroada tal qual Rainha do céu
e da Terra! ‘’A ``Dormitio Virginis`` e a Assunção, no Oriente e no Ocidente,
estão entre as mais antigas festas marianas. Este antigo testemunho litúrgico
foi explicitado e solenemente proclamado pela definição dogmática do Papa Pio
XII em 1950.’’ (cf. Missal Romano)
Eis
cristãos diletos que a hodierna Solenidade da Virgem Maria, no que tange a
piedade popular, é conhecida por uma gama de epítetos dentre os quais
destacamos: Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora dos Anjos, Nossa Senhora da
Boa Hora, Nossa Senhora Imperatriz dos Campos etc. Tais nos remetem ligeiramente
a uma precisão única, consoante o magistério da Igreja: ‘’A Imaculada Virgem,
preservada imune de toda mancha de culpa original, terminando o curso de sua
vida terrestre, foi exaltada em corpo e alma à glória celeste e pelo Senhor
exaltada qual Rainha do universo, para que mais plenamente estivesse conforme o
seu Filho , Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte’’ (LG 59).
Celebrarmos
Maria assunta aos céus, entendamos bem: é, de fato, conduzidos pelas virtudes
teologais do Santo Batismo, a fé e a esperança, que a Igreja peregrina, após as
vicissitudes do ‘’Kronos” associada ao “Kairós’’ ,participará do mesmíssimo
gáudio e plenitude da qual a Santa Mãe de Deus, conforme reza a Liturgia, no
prefácio, `` é consolo e esperança para o vosso povo ainda em caminho.`` Contemplamos a imagem de Maria Santíssima e
logo, em nossos corações, desponta a mulher toda bendita que soube experimentar
na sua existência o Plano da Economia da salvação para a humanidade que toda
ficara sujeita à morte segunda após a primeira queda dos primeiros pais nossos.
Com o nó da desobediência da mulher Eva; a obediência da Mulher Maria desata-o,
o homem conheceu uma nova criação. O Proto-Evangelho do Gênesis atesta: ‘’
Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem dela.
Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.’’ (cf. Gn 3, 15)
Maria, à
destra do Redentor, vela incansavelmente por toda a Igreja em caminho. Diz-nos
o Apóstolo Paulo, na segunda leitura da Missa do Dia: ‘’Cristo ressuscitou dos
mortos como primícias dos que morreram. Com efeito, por um homem veio a morte e
é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. Como em Adão todos
morrem, assim também em Cristo todos reviverão. Porém, cada qual segundo uma
ordem determinada: Em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que
pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda.`` Quão caras e notabilíssimas são
deveras essas afirmações. Reparemo-las e meditemo-las quanto a sua revelação e
outrossim a escatologia da mesma. Nosso Senhor crucificado-ressuscitado é a
certeza da nossa paz derradeira e definitiva e dá-nos esta certeza a Virgem Santíssima.
Apraz-nos destacar o que diz o evangelista São Lucas: ‘’Quanto a Maria guardava
todos aqueles fatos e meditava-os em seu coração’’.
Maria triunfante aos céus, após participar
intimamente dos mistérios da salvação, desde à Encarnação ao Pentecostes, como
a plenitude do Mistério Pascal, goza do galardão dos filhos de Abraão, por
motivo tão excelso, nós também, como coerdeiros de Cristo, filhos no Filho de
Deus, receberemos. Festejar esta solenidade faz-nos pensar que toda a vida de
Maria Santíssima sempre fora uma atualização daquele ‘’Fiat`` que desdobra-se
até ao auge da cruz do Senhor. Debaixo da ara da salvação permanece àquela que,
em seio puríssimo, gestou o Salvador do Gênero Humano! Vejamos caros irmãos.
Nós, que pelo Batismo, como no-lo diz o
Apóstolo, ‘’pertencemos a Cristo por ocasião de sua vinda,’’ receberemos a
recompensa dos eleitos, das virgens prudentes, que, quando da chegada do Noivo
estavam com as lâmpadas acesas.
Oxalá
contemplando a Mãe de Deus, Nossa Senhora da Assunção, permaneçamos com os
nossos corações voltados para o Divino Redentor, pois cumprindo com a vontade
de Deus, cuja máxima é o amor-oblativo, participemos da glória de Maria e como
ela e com ela cantemos o eterno Magnificat. Assim seja!
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