quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ateus apresentam a religião aos filhos e os levam a igreja para que possam decidir em que acreditar.


Apesar de não acreditar em Deus, um número significativo de cientistas ateus decide expor seus filhos à religião. Eles podem não acreditar que existe um significado especial no nascimento de Jesus Cristo, mas muitos ateus abraçam tradições religiosas, como festejar o Natal ou ir à igreja.  Segundo um novo estudo, eles fazem isso por causa dos filhos.
A pesquisa, feita entre cientistas ateus, descobriu que 17% dos entrevistados participam de cultos religiosos mais de uma vez por ano. Os ateus abraçam as tradições religiosas por motivos sociais e razões pessoais, afirmam os pesquisadores.
“Nossa pesquisa mostra o quão fortemente a religião está ligada a familiares na sociedade. Até mesmo algumas das pessoas menos religiosas da sociedade admitem que a religião é importante em suas vidas pessoais”, afirma Elaine Howard Ecklund, socióloga da Universidade Rice, no Texas. Ela liderou o estudo e junto com colegas publicou os resultados na edição de dezembro da revista especializada Scientific Study of Religion [Estudo Científico da Religião].
Estudos anteriores feitos por Ecklund revelam que a linha entre crer e não crer em Deus nem sempre é clara. Por exemplo, a pesquisa divulgada em junho de 2011 na revista Sociologia da Religião, Ecklund e seus colegas descobriram que cerca de 20% dos cientistas ateus se consideram “espirituais” e alguns até mesmo religiosos. Apenas 15% dos entrevistados veem a religião e a ciência como algo sempre em conflito. Enquanto outros 15% dizem que os dois nunca estão em conflito.
No estudo mais recente, os pesquisadores escolheram 275 pessoas dentre os participantes de uma pesquisa maior, feita com 2.198 professores da área de ciências que trabalham nas 21 universidades de elite dos EUA. Metade dos entrevistados na primeira fase disseram ser religiosos, enquanto a outra metade disse não crer.
Os ateus que têm filhos ​​tiveram vários motivos para ir a reuniões religiosas, mesmo sem possuírem uma crença. Alguns disseram que seu cônjuge (ou parceiro) era religioso e os convidou a participar do encontro. Outros disseram que gostaram da comunidade que conheceram em uma determinada igreja, mesquita ou instituição religiosa.
“O mais interessante”, disse Ecklund, “é o fato de muitos cientistas ateus levarem seus filhos a cultos religiosos, para que as crianças possam ter sua própria opinião sobre Deus e a espiritualidade humana”. “Nós pensávamos que estas pessoas seriam menos inclinadas a introduzir os filhos nas tradições religiosas, mas na verdade encontramos o oposto”, explica a socióloga. “Eles querem que seus filhos tenham uma escolha. Isso é mais consistente com a sua perspectiva científica da vida: expor os filhos a todas as fontes de conhecimento.”
Por exemplo, um dos entrevistados afirmou vir de um lar fortemente católico e na faculdade passou a acreditar que ciência e religião não eram compatíveis. Porém, ao invés de ensinar isso à filha, decidiu expô-la a uma variedade de opções religiosas, incluindo cristianismo, islamismo e budismo.
“Eu… não a ensinei a acreditar em Deus”, disse o participante, “mas também não ensinei a não acreditar”.

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