
ACI
A rede Record, pertencente ao  líder da Igreja Universal Edir Macedo, protagonista de escândalos de  corrupção que o levaram à prisão e ativo promotor do aborto, criticou o  pedido da deputada católica Myriam Rios de um financiamento de 5 milhões  de Reais para a JMJ 2013 alegando que o evento será um transtorno para a  cidade do Rio de Janeiro, que o estado laico não deveria contribuir a  eventos religiosos e que esta verba deveria ser usada para outras  necessidades da cidade. Católicos brasileiros repudiaram os argumentos  da matéria da Record.
O site da Renovação Carismática  (RCC) de São Paulo critica a manchete usada pelo Jornal da Record:  “Dinheiro para promover evento católico sairá do bolso do carioca”. A  notícia lançada no dia 9 de dezembro afirmava que o evento que “trará o  Papa Bento XVI ao Rio de Janeiro, provoca polêmica e já arranca críticas  da população”.
“Os cariocas já reclamam do possível caos que toda essa movimentação deverá trazer a cidade. Mas o que chama mais a atenção dos cariocas é que a Jornada Mundial da Juventude poderá ser financiada com dinheiro público, recursos que poderiam ser destinados a hospitais, escolas e outros benefícios”, afirma a nota da Record.
O argumento é rebatido pelo site católico humanitatis que afirma: “Não  é difícil ver que a reportagem quer denegrir o evento católico e tem um  caráter ideológico muito forte, o que já denuncia a fraqueza na  argumentação contra a emenda da deputada. Por exemplo, afirmar que a  chegada de peregrinos vai piorar o trânsito da cidade, que a visita de  jovens vai aumentar a sensação de insegurança, que a excessiva estadia  de turistas dificultará o atendimento em hospitais e postos de saúde é  uma piada!”
“Com ou sem peregrinos  visitando o Rio de Janeiro, os serviços básicos de saúde, transporte e  segurança já estão no limite do ridículo”, assevera a nota do  humanitatis.
“Além  do mais, o Rock in Rio, a Rio 92, o Carnaval e, futuramente, a Rio + 20  também trazem um volume enorme de turistas e visitantes à cidade, mas  não existe a mesma repulsa da mídia por estes eventos”, recalca o site  católico.
Outra acusação é a de que o  dinheiro gasto na JMJ deveria ser revertido para benefícios básicos, de  que a população do Rio de Janeiro está carente.  A reportagem dá um tom catastrófico ao assunto, induzindo o leitor  desatento a imaginar alguma falha de caráter da deputada Myrian Rios. 
Porém, “uma leitura mais cuidadosa faz ruir essa insinuação”, afirma humanitatis.
“De fato, a deputada pede aos  parlamentares a reorientação da verba do estado para apoiar a  organização de um evento que é mundial, com um Chefe de Estado. Jovens  do mundo todo virão ao país e ao estado para essa jornada e esse aporte  parece ser necessário para uma boa preparação. Por  isso, a deputada sugeriu a emenda, que é absolutamente legal, e visa  direcionar uma verba que não pode ir para pagamento de médicos, nem de  policiais, nem de guardas de trânsito”. 
“Além disso, a última JMJ  rendeu aos cofres de Madrid não 5 milhões de reais, mas 354 milhões de  euros, algo superior a 1,5 bilhão de reais. Diante  dessas cifras, não parece que os 5 milhões solicitados pela deputada  deixam de ser “gasto” e passam a ser “investimento”?, questiona Robson  Oliveira do site Humanitatis.
Outra crítica ao evento é o  comentário do deputado estadual Édino Fonseca, que “é contra a  utilização do dinheiro do contribuinte para a promoção de um evento  católico, advertindo que o Estado é laico”.
Rebatendo o argumento de que a  laicidade do Estado o impede de contribuir com eventos como a JMJ,  Oliveira afirma que este ponto “é o mais vergonhoso da argumentação” da  matéria da Record.
“Quem  escreveu a matéria quis vender a ideia de que o estado laico é aquele  que não subsidia a religiosidade de seus cidadãos. Ora, mas uma das  funções do estado é subsidiar ações que facilitem a vida dos seus  membros. Negar essa função é renegar um caráter próprio do estado. Uma  visão mais perfeita de laicidade revela que estado laico é o estado que  não obriga seus cidadãos a seguir uma religião específica”.
O site da RCC de São Paulo  também critica a matéria esclarecendo que “o que mais nos chama a  atenção é esse ataque da Rede Record contra esse evento. Quando se trata  de um assunto como Copa do Mundo ou Olimpíadas Mundiais percebemos um  apoio enorme”.
A RCC SP lamenta que milhões e milhões estão sendo investidos nestes dois eventos, mas quando se trata de um evento religioso, ainda mais católico, a história seja diferente.
“Não  há nada de imoral ou ilegal na emenda da deputada Myrian Rios. Pelo  contrário, os que a atacam fazem-no por espírito revanchista e/ou  pisoteando a Constituição Federativa do Brasil. Seus argumentos são  fracos, contraditórios ou simplesmente inexistentes”. 
“Muitas críticas sobre a JMJ  ainda virão, mas que pelo menos analisem melhor seus dados e refaçam  toda a cadeia argumentativa. Tal qual foi apresentada no telejornal  citado, fica difícil acreditar no(a) escritor(a)”, conclui a nota de  Robson Oliveira no Humanitatis.net.
Fontes da Organização da JMJ  afirmaram a ACI Digital que ainda não têm uma posição oficial sobre as  críticas, porém informaram a ACI Digital que os jovens estão se  manifestando significativamente nas Redes Sociais em apoio ao evento  negando que este será um transtorno para o Rio.
Proteste pelo Twitter, hoje, 14 horas Twitaço
 
 

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